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28/07/2012

"A Bela e a Fera"


Introdução e Capitulo 1


Lua, sem dúvida, não era a mais popular do colégio, nem mesmo a mais esperta, muito menos a mais rica, mas, sem dúvida, era a mais caridosa. Quando o diretor do colégio, que era um homem conhecido por ser frio e exigente, chamou-a para sua sala, a menina estremeceu de medo.

Ela não conseguia pensar o motivo para essa inquisição. Ela não era nenhuma Santa, mas nos últimos meses não havia feito nada de grave para ser chamada na sala mais temida do colégio, a sala do diretor.

Enquanto isso, numa casa não muito distante dali....

Um menino rico, mas muito doente, recebera uma visita inesperada. Por mais estranho que pareça, a mãe do garoto, que era a tal visita, jamais o visitava, mesmo ele estando muito doente e vivendo na mesma casa.
“Arthur.” Falou a mãe, sem sequer tirar o olho da tela do seu Ipad. “Eu tenho achado que você fica muito sozinho aqui, que não tem muita gente visitando-o, que falta alguém para conversar com você.” Ela falou.
O menino, que chamava-se Arthur, animou-se, imaginando que sua mãe pretendia passar mais tempo com ele, porém a mãe, acabando com a felicidade dele, disse:

“É por isso que eu e seu padrasto decidimos pedir ao seu antigo colégio para enviar uma pessoa para vim aqui todas as tardes conversar com você. Não precisa se preocupar,exigimos que fosse uma pessoa inteligente, mas não mais inteligente que você, obediente, de boa reputação e que mantivesse sigilo sobre suas reais condições.”

Quando a mãe do menino disse: suas reais condições, ela referia-se ao fato dele não estar na Europa, mas sim em casa curando-se de um câncer.

O menino, que não gostara da ideia da mãe, colocou-se a protestar, mas essa sequer ouviu-o, em vez disso, voltou-se para seu celular e marcou a próxima viagem para Civitá di Bagnoregio.

Quando chegou o dia seguinte, uma pessoa foi enviada para fazer companhia ao menino, que colocou seu plano em prática. Arthur não permitiria que ficasse uma pessoa sequer em sua companhia, vendo-o naquele estado. Para sua surpresa, quando a pessoa entrou...

Capítulo 1

POV- Lua

O diretor do colégio, que chamara-me em sua sala, pediu que eu me sentasse em uma das grandes poltronas de couro.

“Lua, gostaria de oferecer algo a você.” Ele disse, sorrindo maliciosamente.

Eu já havia ouvido boatos dos assédios sexuais desse diretor, e, por isso, estremeci na cadeira.

“Ammm eu não estou interessada.” Falei, sem mesmo ouvir a oferta.

“Lua, espera. Você será remunerada, eu prometo que a oferta irá lhe trazer muito prazer.” Ele falou.

Olhei-o apavorada, mas como ele segurava minha mão fui forçada a ouvir a proposta, enquanto segurava minha respiração.

“A senhora Aguiar deseja que uma aluna do colégio passe as tardes conversando com o filho dela. Você além de receber dinheiro para isso, também  terá a chance de conversar com esse esperto garoto.” Ele explicou.

Quando ouvi isso passaram em minha cabeça algumas coisas: o alivio por não estar sendo assediada, a ideia que eu estaria ganhando dinheiro (devo dizer que eu precisava de dinheiro para o cursinho de vestibular que eu desejava fazer) e o fato de, até onde eu sabia, o Arthur (filho da Sra Arguiar) estava na Europa, não no Brasil.

“Diretor, mas o Arthur não estava viajando? E para que ele precisaria de minha companhia?” Eu perguntei.

“Se você aceitar a proposta a Sra Aguiar irá explicar tudo à você.” Falou o diretor.

Prometi que pensaria no caso. No dia seguinte, fui ao encontro do diretor e disse que aceitava a proposta, com isso, na tarde daquele mesmo dia, eu fui encontrar-me com a mãe do menino, que me explicaria o caso e o que desejava que eu fizesse.

POV- Arthur

Quando a pessoa que minha mãe chamou para ficar em minha companhia chegou, eu coloquei meu plano em prática. Não queria ter que ficar com uma pessoa  falsa e interesseira (era mais que óbvio que ela estava apenas interessada no dinheiro que minha mãe pagaria), nem mesmo que essa mesma fulana tivesse pena de mim. Meu estado,devo confessar, era horrível, os meus cabelos foram raspados, por causa do tratamento, meu rosto estava magro, meus olhos possuíam olheiras escuras e profundas em baixo deles enquanto minha cara estava muito pálida. O meu acompanhante era um menino, no estilo nerd. Bastaram duas frases que o coitado saiu correndo de lá.   No outro dia, para minha tristeza, minha mãe enviara uma menina, que não era feia, mas olhava-me com pena. Aquele olhar fez com que minha revolta voltasse e eu mais uma vez colocasse meu plano em prática, porém, nem tudo saiu como eu desejava.

Continua...

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