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07/08/2012

"Before Dying"

Capítulo Dois
Rainbow Text

Mel nem sequer bateu na porta, simplesmente entra e se joga em um dos cantos da cama. Olha para mim com um ar estranho, como se não esperasse me ver ali.
- O que é que você está fazendo aqui?- pergunta.
- Por quê?
-Meu ligou para você?
- Você está sentindo dor?
-Não.
Ela me lança um olhar desconfiado, depois se levanta e tira o casaco. Esta usando um vestido vermelho muito curto. O vestido combina com a bolsa que ela jogou no chão do meu quarto.
- Vai sair?- Pergunto a ela – Vai encontrar alguém?
Ela dá de ombros, vai até a janela e olha o jardim lá embaixo. Traça um circulo no vidro com o dedo e então diz:
- Talvez você devesse acreditar mais em Deus.
-Você acha?
- É talvez todo mundo deva fazer isso. Toda a raça humana.
- Acho que não. Acho que talvez ele já tenha morrido.
Ela se vira para me encarar. Seu rosto é pálido como o inverno. Atrás de seu ombro um avião avança, piscando pelo o céu.
Ela fala bem baixinho.
- O que é isso que você escreveu na parede?
Não sei por que a deixo ler. Acho que quero alguma coisa aconteça. Está escrito com tinta preta. Enquanto Pedro lê, todas as palavras se contorcem como aranhas. Ela lê várias vezes. Detesto a pena que ela é capaz de sentir sem mim.
Ela fala bem baixinho.
-Não é propriamente uma ida à Disney, né?
- Eu por acaso disse que era?
-Achei que a ideia fosse essa.
- Não a minha.
- Eu acho que seu pai está esperando que você peça um pônei, não um namorado.
É incrível o som de nós duas rindo. Mesmo que doa, eu adoro. Rir com o Pedro é sem dúvida uma das minhas coisas preferidas, porque sei que nós duas temos as mesmas imagens idiotas na cabeça. Tudo que ela precisa dizer é: “Quem sabe a solução é um haras de garanhões, então?” e temos um ataque de riso.
Mel pergunta:
-Você está chorando?
Não tenho certeza. Acho que sim. Eu pareço aquelas mulheres na televisão cuja família inteira foi assassinada. Pareço um bicho devorando o próprio pé. Tudo simplesmente vem ao mesmo tempo- os meus dedos parecem ossos e minha pele está quase transparente.
Dentro do meu pulmão esquerdo, posso sentir células multiplicando-se, empilhando-se, como cinzas enchendo um vaso devagar. Em breve não conseguirei mais respirar.
-Não tem problema se você estiver com medo- diz Mel.
- Tem, sim.
-Claro que não tem. Nada que você sentir tem problema.
-Imagina só, Mel... Passar o tempo inteiro apavorada.
- Eu imagino.
Mas não. Como ela poderia imaginar isso quando tem a vida inteira pela frente? Torno a me esconder debaixo do chapéu, só um pouquinho, porque vou sentir saudades de respirar. E de conversar. E de janelas. Vou sentir saudades de bolo. E de peixes. Eu gosto de peixes. Gosto daquelas boquinhas abrindo, fechando, abrindo.
E lá para onde eu vou não se pode levar nada.
Mel me vê enxugar as lagrimas com a ponto do edredom.
-Vamos fazer juntas- peço
Ela parece espantada.
-Fazer o quê?
-Está espalhado em uma porção de pedacinhos de papel. Vou passar a limpo, e você me leva pra fazer.
-Te levar pra fazer o quê? Aquilo que você escreveu na parede?
- E outras coisas também, mas primeiro a do menino. Você já transou um monte de vezes, Mel, e eu nunca beijei.
Vejo o impacto de minhas palavras sobre Mel. Elas a atingem em algum lugar muito profundo.
- Não foi um monte de vezes- diz ela depois de algum tempo.
- Mel, por favor. Mesmo se eu te implorar que não, mesmo se eu for terrível com você, você tem que me levar pra fazer essas coisas. Tenho uma lista imensa de coisas que eu quero fazer.
Quando ela diz que tudo bem, faz isso soar como se fosse fácil, como se tivesse pedido apenas para ela vir me visitar mais vezes.
- Sério?
Pergunto-me se ela sabe em que está se metendo.
Sento- me na cama e fico olhando ela revirar o fundo do meu armário. Acho que ela tem um plano. É isso que Mel tem de bom. Mas é melhor ela se apressar, porque estou começando a pensar em coisas como cenouras. E ar. E patos. E pereiras. Veludo de seda. Lagos. Vou sentir saudade de gelo. E do sofá. E da sala de estar. E de como Pedro Gosta de truques de mágica. E de coisas brancas – leite, neve, cisnes.
Do fundo do armário, Mel tira o vestido transpassado que o papai me comprou no mês passado. Ainda está com a etiqueta do preço.
- Vou pôr isto aqui – diz ela. – Você pode usar o meu. – Ela começou a desabotoar o vestido.
- Você vai me levar pra sair?
- Hoje é sábado à noite, Lua. Já ouviu falar nisso?
É claro. É claro que já.
Faz horas que não fico na vertical. Sinto-me um pouco estranha quando o faço meio vazia e etérea. Mel fica de calcinha e sutiã e me ajuda a pôr o vestido vermelho. Está com o cheiro dela. O tecido é macio e colo no meu corpo.
-Por que você quer que eu use isto?
- De vez em quando, é bom sentir que você é outra pessoa.
- Outra pessoa tipo você?
Ela pensa na pergunta.
- Talvez. – responde. – Talvez outra pessoa tipo eu.
Quando me olho no espelho, é incrível como estou diferente – olhos grandes, perigosa. É empolgante, como se qualquer coisa fosse possível. Até os meus cabelos estão mais bonitos, estilosamente raspados em vez de apenas começamos a despontar. Nós nos olhamos no espelho, lado a lado, e então ela  me puxa pela mão e faz com que eu me sente na cama. Pega minha cestinha de maquiagem em cima da penteadeira e senta-se ao meu lado. Concentro-me no seu rosto enquanto ela passa base no dedo e espalha pelas minhas bochechas. Ela é muito branca e muito loura, e sua acne lhe dá uma aparência meio selvagem. Eu nunca tive uma espinha na vida. Questão de sorte.
Ela traça o contorno dos meus lábios e preenche o espaço com batom. Encontra rímel e me diz para ficar de frente para ela. Tento imaginar a sensação de ser ela. Quando ela me faz ficar em pé de novo em frente ao espelho, estou brilhando. Um pouco como ela.
- Vamos dançar- digo – Vamos arrumar meninos pra tranzar.
-Tá bom. – Mel
Meu pai diz que não, é muito tarde; diz a ela para me trazer de volta à meia – noite.
Repete isso várias vezes enquanto Mel pega meu casaco no armário do hall. Quando passamos pela porta da rua, grito um tchau, mas ele não responde. Mel fecha a porta atrás de nós.
- Meia - noite está bom – diga a ela.
Ela se vira para mim no degrau da frente.
- Escuta aqui, garota, se você quiser fazer isso direito, vai ter que aprender a desrespeitar as regras.
- Não importo em voltar à meia-noite. Senão ele vai ficar preocupado.
- Que fique... Não tem problema. Pra alguém como você não existe conseqüências! Nunca pensei nesses termos.

9 comentários:

  1. Aff' Que coisa mais confusa, não entendi nada'

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    1. Concordo, está confuso...Mas eu acho que entendi. Que a Mel foi visitar a Lua e acabou saindo com ela.

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    2. Olha leiam a sinopse que lá estará bem explicado, dai lendo os capítulos você entendera mais.. Beijos

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  2. http://fofocasdosrebeldeswebnovelas.blogspot.com.br/

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  3. adorando,continua postando....vcs que nao tao entendendo deveriam ler a sinopse,la diz que ela tem leucemia e quer fazer coisas que nao fez ainda,aproveitar a vida antes que a morte a leve,pelo menos foi isso que eu consegui entender...continua postando,quero ver quando ela encontrar o Thur!! Bru aqui!

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  4. posta mais!!!!!!!!!!!!!!!!!
    ++++++++++++++++++++

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  5. Taah perfeita, sem mentira Chorei,vc usa as palavras corretas e Tal'z tem twtter?

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    1. Tenho,mas me segue no @SophiaNossaDiva e no @Bruna_barrosofc

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