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15/08/2012

"Contato Imediato"

                                                  Capitulo 14
            

Catorze 

O dia já amanhecia atrás de mim e finalmente me dei conta do quanto eu estava cansada. Minha mente fervilhava com tantas coisas sem sentido, minhas pernas doíam de tanto pressionar aquele acelerador na pressa para sair de Indiana e nos afastar o máximo possível de Ohio. Além disso, meu estomago estava levemente enjoado com a quantidade de doces que eu tinha comido, misturado com o refrigerante de cola, tudo ficava pior.
 
Mas a quem eu queria enganar? Eu sabia que o meu pior problema era o homem, ou alien, ou qualquer coisa que me despertava uma mescla de raiva e paixão, ao meu lado.
 
Eu ainda prestava atenção nas placas que avisavam um retorno para uma cidadezinha de beira de estrada quando a voz de
 Mel encheu o carro com um protesto esfomeado. 
- Toma! – eu estiquei a mão para trás, entregando uma das barras de chocolate que eu havia escondido para ela e dei uma rápida olhada para a minha amiga quando ela não aceitou.
 
- Estou com fome de comida de verdade. Panquecas, mel e um café forte. Eu não posso viver de refrigerante e chocolate para sempre.
 
Eu resmunguei alguma coisa que pareceu sem sentido até para mim e guardei o chocolate enquanto, contra a minha vontade, fazia o desvio para a tal cidade chamada Brazil. Como eu poderia ter me esquecido dos nomes completamente originais das cidades de Indiana? Dei graças a Deus por estarmos bem longe de Santa Claus, ou conhecendo
 Mel como eu conhecia, ela era bem capaz de nos fazer tirar foto com o enorme Papai Noel na estrada da cidade. 
- Eu te levo a algum restaurante, mas tem que ser rápido. Quero sair de Indiana antes do meio dia. – eu disse com um humor completamente ácido. Eu estava prestes a matar um a dentadas. E isso não era um exagero. Eu ficava completamente intratável quando estava sem dormir, e esse fato somado a outro de que a minha cabeça praticamente latejava por causa das milhares de coisas nela. Mas me esforcei o máximo possível para que
 Mel não percebesse isso, ou ela me obrigaria a descansar em algum hotel e isso atrasaria ainda mais a nossa viagem. 
Estacionei o carro diante de um restaurante com aparência de rancho, e assim que o carro parou,
 Chay e Arthur despertaram. Mas para mostrar que eu, supostamente, não dava a mínima para eles, saí. 
Mel saiu logo atrás de mim e entrou no restaurante, seguida de perto pelos outros dois enquanto eu entrava por último, me certificando de ligar o alarme do carro, não que fosse muito preciso, já que aquela pequena cidade deveria ter um índice de criminalidade de menos um. E eu ainda estava sendo bondosa. Brazil era aquele tipo de cidade que com quatro passos você visita todos os cantos dela.
 
Sentei-me em um banco de madeira, do lado de fora, que ficava seguro por cordas ao teto, formando um delicioso e romântico balanço para casais. Seria romântico se eu tivesse um par. Depois de balançar duas ou três vezes, eu já me sentia mais calma e o cansaço circulava em minhas veias, me fazendo apoiar a cabeça contra um dos braços do banco, ficando meio deitada. Meus olhos estavam quase se fechando quando senti o banco balançando como se alguém estivesse se sentando nele, e conhecendo
 Mel, provavelmente ela não conseguira me ver sentada num balanço sozinha. 
Quando éramos crianças, ela tinha a péssima mania de me derrubar do balanço só para que ela pudesse se sentar, e se ela quisesse me derrubar agora, nem seria tão difícil, considerando o cansaço que eu enfrentava.
 
Foi quando me dei conta de que aquele perfume não era de
 Mel. Era o perfume dele. Aquele que me intoxicava e me deixava a cada segundo mais perdidamente apaixonada por ele, por mais que eu não quisesse. O braço de Arthur veio por trás de minha cabeça, e erguendo-a, colocou-a em seu ombro, deixando-me numa posição mais confortável para descansar. Por mais que eu não quisesse me aproximar dele, já que eu sabia que isso não seria bom pra mim, eu não consegui resistir ao perfume dele, ao calor que emanava de seu corpo e parecia mais quente do que qualquer outro terráqueo que já tenha me segurado daquela forma. 
Minha cabeça achou o encaixe perfeito em seu ombro e meu corpo percebeu que sua outra metade era o de
 Arthur, que colou-se ao meu de um jeito que nada lembrava os modos arrogantes. Era daquele Arthur que eu gostava, o que me fazia sentir confortável, o que me deixava calma e relaxada nos seus braços. 
- Cansada? – ele perguntou enquanto me puxava ainda mais contra ele e eu me controlava para não suspirar, respirando fundo para sentir melhor o seu cheiro.
 
- Só um pouco. – eu disse tentando não me render. – Mas posso dirigir até Illynois sem problema.
 
- Nossa! Ela gosta de viver perigosamente!
 
Pronto! O
 Arthur sarcástico estava de volta, e a volta dele me fez arrastar meu corpo para longe dele enquanto me sentava eretamente e respirava profundamente, já longe o suficiente pra não sentir o cheiro de sua pele. 
- É sempre assim com você,
 Arthur? Não consegue conter o sarcasmo e lidar com alguém de forma simples e confortável? 
- Quer saber o que me deixa confortável,
 Lua Blanco? – ele se sentou mais perto de mim enquanto uma mão cercava a minha cintura e me puxava para ele no banco, praticamente me arrastando até ele. Não teve como, eu ergui os olhos para ele na tentativa de desafiá-lo e foi quase instantâneo me perdendo naquelas íris tão vibrantes que pareciam chocolate flamejando, eu sentia o fogo de seus olhos passando por todo o meu corpo e o seu calor corporal me deixando ainda mais enlouquecida. Ele sabia como acender a minha alma. – Ter você me deixa confortável, Lua. – os olhos dele saíram dos meus, enquanto ele encarava todo o meu rosto e parava olhando a minha boca com desejo. – Beijar você me deixa confortável. –Arthur havia avisado o que ia fazer em seguida, mas mesmo sabendo disso eu não tive a mínima coragem de desviar o rosto ou tentar me afastar. O rosto dele se abaixando contra o meu, enquanto sua boca tocava a minha de leve, apenas para ter certeza de que eu não fugiria, era mais do que eu poderia esperar. 
Novamente, aquele som parecido com sinos me deixou completamente confusa e me fez grudar o meu corpo ainda mais contra o seu, ofegando e abrindo a boca um pouco mais, deixando espaço para que ele aprofundasse o beijo e me deixasse mais louca. As mãos dele me puxaram ainda mais contra o seu corpo e eu esqueci de todo o resto ao meu redor. Esqueci que o cheiro de panquecas estava me deixando com fome, esqueci que o banco ainda se balançava suavemente e esqueci que estava cansada a ponto de dormir em pé. Eu estava mal humorada? Bem, isso fora antes dos lábios de
 Arthur ficarem contra os meus. 
Aquele beijo fazia o meu peito martelar e me tirava das minhas estruturas. Saber que eu realmente amava aquele homem fazia com que tudo fosse diferente. O toque de
 Arthur era sensual como sempre, mas eu sentia que tinha mais envolvido, algo como um carinho que não deveria estar ali. Carinhoso não era uma das qualidades que eu ressaltasse em Arthur normalmente, mas naquele momento eu diria que era a maior delas. 
O toque de suas mãos contra o meu corpo era delicado, o toque do seu beijo, apesar de quente e delirante, era carinhoso, calculado para me fazer sentir bem. Confortável.
 Arthur tinha razão. Beijá-lo era confortável. 
Por alguns momentos, ele me soltou, respirando contra a minha boca e roçando o seu nariz no meu de um jeito suave e delicioso. Eu estava contra ele de um jeito tão forte que por pouco eu não perdi o ar.
 
- Confortável. – eu sussurrei contra a sua boca.
 
- Do jeito que deve ser. – ele disse e roçou mais uma vez o seu nariz no meu, me fazendo sorrir de leve, imaginando quando o
 Arthur que eu conhecia voltaria. Ele estava sendo carinhoso e romântico e era um lado dele que eu não conhecia, mas que estava me cativando mais do que eu esperava. 
Deus! Estava tudo errado! Eu não poderia ficar com ele. Ele tinha uma noiva, ele era um alien e ele não poderia ficar comigo mesmo que eu implorasse e mostrasse que sem ele eu não conseguiria viver. Algo se partiu em meu peito enquanto eu sentia que as lágrimas logo escorreriam pelos meus olhos.
 
Eu precisava me afastar. Mas eu não sabia onde estava a minha vontade própria. Eu sabia que tinha que ficar longe, que eu tinha que evitá-lo. Mas eu não conseguia mover meu corpo para longe do dele, não conseguia parar de beijar seus lábios vagarosamente, sugando-os e sentindo o seu sabor delicioso e sobrenatural contra os meus. Como algo tão bom poderia estar tão destinado a dar errado? E naquele momento, eu quis esquecer tudo. E por isso puxei a cabeça dele contra mim enquanto o beijava famintamente, me deixando fluir por entre seus lábios.
 
Aproveitar esses momentos em que ele estava comigo poderia ser bom. Guardar memórias boas para que o momento da partida não fosse tão difícil quanto eu sabia que seria. Seria tão doloroso e perfurador que eu não conseguia respirar apenas de pensar em como poderia ser.
 
E uma lágrima que não deveria estar ali desceu pelos meus olhos enquanto eu tentava fazer com que ele não a notasse. Mas fui falha nisso e logo
 Arthur se afastou de mim, e com a ponta de seu dedo limpou-a com uma delicadeza que eu não imaginaria ver nele. 
- O que eu disse para você se lembrar quando chorasse?
 
- Mra T Nhé. – eu disse enquanto meu rosto era erguido para encarar o dele, e a minha vontade era de abaixá-lo, envergonhada por estar chorando.
 
Ele assentiu e apenas sentou-se relaxadamente mais uma vez, enquanto puxava o meu corpo contra o dele, na mesma posição de antes me deixando de um jeito muito confortável para que meu corpo relaxasse a tensão que eu sentia em todos os músculos e nervos do meu corpo.
 
Fechei meus olho enquanto ouvia em algum lugar por perto do restaurante uma música suave e convidativa começar a tocar. Uma música que falava sobre o fato de que quando você percebe que o amor é o que importa, o resto parece pequeno, tão pequeno. E mesmo não gostando daquele estilo cafona de música Country, eu entendi exatamente as palavras que a garota cantava. Naquele momento, enquanto eu sentia aquela canção bonita embalar o meu sono, enquanto o corpo de
 Arthur aquecia o meu e me dava uma sensação maravilhosa de segurança, eu compreendi que era ali que eu deveria estar. Nos braços de Arthur. Eu havia passado tanto tempo procurando algo como um rumo, um lar, algum lugar onde eu me sentisse confortável e segura e fora encontrar tudo aquilo justamente nos braços de Arthur, um alien que iria embora em um dia ou dois, e no momento em que ele se fosse, eu me esqueceria completamente daquelas sensações boas que me inundavam. 
Então meu corpo relaxou ainda mais e meus pensamentos perderam completamente o nexo, mostrando que eu estava quase dormindo. E apesar de odiar que mexessem no meu cabelo, e pior ainda que me fizessem cafuné, estava adorando os carinhos que
 Arthur fazia nos meus cabelos, penteando-os com os dedos, coçando meu couro cabeludo de um jeito completamente relaxante e delicioso. 
Eu já estava sonhando com
 Arthur e eu correndo por um campo de trigo, contentes e despreocupados, mas meu sossego não poderia durar muito tempo se eu estivesse viajando comMel, e justamente ela me acordara com sua voz alta enquanto ela falava, ou gritava, eu nunca sabia direito o que ela fazia com aquele tom de voz dela, e se dirigiu a mim depois, que não entendi nada do que ela dissera. 
- O quê? – perguntei coçando os olhos.
 
- Entre no carro, você é idiota ou surda,
 Blanco? – ela revirou os olhos enquanto desligava o alarme e praticamente arrancava a porta enquanto a abria. – Vamos sair o mais rápido possível. 
Olhei pra
 Arthur, que estava com um ar preocupado no rosto, e com um sorriso me perguntei quem havia trocado as personalidades de Arthur e Mel. Mas no momento seguinte eu percebi que ninguém havia trocado nada e tentei não me lamentar por ver o Arthur que até momentos antes era todo carinhoso comigo, se esvanecer no ar e surgir de volta aquele Arthur nojento e arrogante que merecia ser castrado. 
Tudo bem, talvez não castrado, porque eu ainda tinha a esperança de que no final, quem sabe, eu pudesse ficar com pelo menos uma parte dele. Que fosse essa, não?
 
- Está mais descansada? – ele perguntou e antes que eu respondesse, ele completou. – Bom, agora você pode dirigir o mais rápido possível pra me tirar desse planeta e das pessoas idiotas que habitam essa porcaria.
 
Minha boca se abriu de indignação enquanto eu me preparava para xingá-lo e antes que eu pudesse mandá-lo para o inferno, ele foi mais rápido e completou para me deixar ainda mais enraivecida.
 
- E é mais que obvio que eu estou falando de você,
 Lua. – ergui uma sobrancelha e ele nem ao menos se dignou a voltar a olhar para mim, andando para o carro e me deixando lá parada, tentando entender se a mudança de estado de espírito dele tinha a ver com a música que tinha parado de tocar. 
Logo
 Chay apareceu também e eu entrei no banco de trás, dividindo-o com Arthur, mesmo contra a minha vontade. Mel pisou com vontade no acelerador, quase cantando pneus, e em menos de dois minutos estávamos na autoestrada novamente enquanto ela fazia questão de mostrar que sabia pisar direitinho no acelerador. 
Em poucos minutos comecei a ficar encanada com aquele silêncio dentro do carro. Pela primeira vez
 Mel estava dirigindo com o rádio desligado, além de estar com a cara mais fechada do que no dia em que eu disse que ia sair do cluibe de astronomia no colegial. Chay também estava um pouco tenso, apesar de lançar sorrisos para mim no banco de trás. E Arthur estava sendo claramente ignorado por mim, que fingia não notar sua presença perto demais. 
O sono estava gritando e quase fechando meus olhos, mas antes eu precisava saber o que estava acontecendo.
 
- O que houve no restaurante,
 Mel? 
- Nada. – ela respondeu de má vontade e muito prestativo,
 Chay me estendeu um pacote que ele provavelmente deveria ter esquecido que estava segurando. Ele sorriu enquanto me entregava algumas torradas com mel embaladas para a viagem. Agradeci e comi, tentando ignorar a mão de Arthur que agarrou a maior delas e enfiou quase inteira na boca. 
Eu conhecia
 Mel, nunca seria nada para ela ficar com aquela cara de quem comeu e não gostou. Ou eu tinha feito algo muito errado e não tinha percebido ou eu não sabia o que era. 
- Sério,
 Mel, se foi porque eu fui rude com você mais cedo, me desculpe... Eu... Estava cansada e... – eu tentei pedir desculpas, mas ela se virou para trás com um ar preocupado. 
- Oh, amiga. Desculpe. Eu estou muito nervosa. Depois das últimas notícias, não tinha nem como eu não estar.
 
Esperei que ela lançasse um olhar raivoso na direção de
 Chay, imaginando que ela já tivesse descoberto sobre as noivas e as mraknis de Airamidniv, mas ela simplesmente continuou olhando para a estrada enquanto o mostrador de velocidade oscilava entre 150 e 180 km/h. 
- O que... – tentei novamente, mas ela foi mais rápida me cortando.
 
- Estamos sendo procuradas pela CIA. - o pedaço de torrada que estava prestes a ir para a minha boca caiu no meu colo enquanto meus olhos se arregalavam automaticamente. Como assim procurada pela CIA? – Estava na TV, as nossas fotos estavam lá com os nossos nomes, e vamos ser presas, e você vai ser demitida, e o
 Chay vai embora e eu não vou poder ir com ele e, sabe, ele vai tirar a minha memória e eu nem vou lembrar que eu sou apaixonada por ele. 
A enxurrada de palavras de
 Mel não fez muito sentido para mim, mas fez para Chay, que sorriu e segurou a mão dela, que estava em cima do câmbio. Algumas lágrimas vieram aos meus olhos, me mostrando que eu estava pronta para chorar. Deus! Eu devia estar muito cansada para estar me tornando uma chorona daquela forma. Tudo trazia lágrimas aos meus olhos. Era melhor que eu dormisse para não passar vexame de ficar com os olhos inchados e vermelhos. 
- Bem, isso não pode ser tão ruim, eu não queria trabalhar no jornal mais, mesmo! – eu disse com um sorriso enorme que não expressava em nada a minha confusão interior. E se eu perdesse o emprego que eu tinha passado tanto tempo para conseguir? Coloquei uma torrada na boca para fingir que estava tudo bem, enquanto
 Mel caprichava na pisada de acelerador, como se pressentisse o que viria em seguida. 
Ela não estava mais calma que antes, mas pelo menos não estava mais nos deixando tontos com sua enxurrada de palavras. O rádio ainda estava desligado, mostrando que ela ainda não estava totalmente recuperada de sua crise nervosa.
 
Crise esta que ficou ainda pior quando vimos todos pelo retrovisor de
 Chay que um carro bem conhecido de nós duas estava se aproximando. Mel começou a respirar fundo, tentando se acalmar, mas só conseguia ficar mais nervosa. E eu não estava muito diferente. O policial dentro da viatura atrás de nós parou o carro e fez um sinal para que nós parássemos também.Mel parou uns quatro metros a frente e olhou em pânico para todos dentro do carro antes que algo muito estranho acontecesse. 
O policial bateu duas vezes no vidro e com uma calma que questionava toda a crise de nervos que
 Mel tinha tido minutos antes, ela abaixou o vidro e sorriu para o policial. Enquanto eu assistia Mel conversar com o guarda, sem ao menos escutar o que eles diziam, senti uma dor lancinante passar por todo o meu corpo, que me fazia me retorcer contra o banco e lutar para ao menos tentar respirar. Tudo doía. Parecia que eu estava sofrendo algum tipo de atrofia de todos os músculos. O meu coração palpitava com força e doloridamente contra meu peito, enquanto pedaços da conversa entre o policial e Mel. 
Ela dizia algo sobre estar dirigindo rápido para me levar para o hospital de Illynois, que era o mais próximo no momento, e o policial parecia estar preocupado com o meu estado.
 
Naquele momento me dei conta de que eu estava deitada no colo de
 Arthur e que ele acariciava meus cabelos, cuidando para que o suor que escorria de mim não os colasse à minha testa. Eu gemia, completamente dolorida, e a mão dele, que sempre era tão quente, pareceu fria como a de um cadáver contra a minha testa, o que pareceu aliviar um pouco a pressão que também feria a minha cabeça. 
- Levem-na pela estrada principal. Eu... – o policial parecia nervoso com o meu estado. Eu estava dolorida e passando muito mal, mas estava inacreditavelmente contente por ele não estar nos perseguindo, como a CIA estava. – vou esquecer essa multa por alta velocidade, mas tomem cuidado desse trecho para frente. Ela pode estar mal, mas tem que tomar cuidado para não machucar alguém, ok?
 
Mel respondeu algo que eu não entendi e ouvi os passos do policial se afastando e logo o seu carro fez o retorno na autoestrada e voltou para a cidade, enquanto aquela sensação que me assolara quando ele se aproximava ia ficando mais e mais leve até de repente desaparecer.
 
Levantei-me desconfiada do colo de
 Arthur, enquanto sentia todo o meu corpo tão normal quanto o possível e não tive nenhum vestígio da dor que eu senti segundos antes, enquanto Mel voltava a surtar dentro do carro, já em movimento, enquanto ria e gritava como uma louca. 
- Não acredito! Fui tão convincente. E você, menina?! – ela olhou para mim, rindo enquanto eu ficava olhando para ela sem saber o que dizer. Nem ao menos o que sentir. – Parecia que estava mesmo morrendo.
 
- E estava... – eu disse em voz baixa olhando para a janela como se a resposta para aquela coisa mais que sobrenatural que tinha acabado de acontecer estivesse ali.
 
- Foi tão... Legal! – ela disse praticamente pulando no seu lugar.
 
- Desculpe por isso. –
 Chay disse, se virando para trás. 
- Não se desculpe. - respondi, rindo como uma maluca. –
 Mel é assim bem antes de você conhecê-la, quem precisa pedir desculpas sou eu. Ela é realmente louca, e depois que conheceu você, parece ter ficado pior. – ele ergueu as sobrancelhas, confuso e eu acrescentei: - Sem ofensas, Chay. 
Ele pareceu ainda mais confuso e eu fiquei ainda pior. Ué? Ele não estava pedindo desculpa pelo comportamento de
 Mel? 
- E assim,
 Lua Blanco aprende a sedução, o prazer e a dor de Airamidniv. 
- Do que estão falando?
 
O rádio foi ligado numa das odiosas estações de música pop e agora uma mulher cantava sobre paparazzis e alguma coisa sobre amar um fã, o que quer que isso significasse, não consegui escutar o que
 Arthur falava, muito menos entender as palavras dele de antes. 
E enquanto eu terminava de comer minhas torradas com mel, eu tentava entender o que tinha acontecido comigo e a única conclusão de que eu conseguira chegar era a de que tinha dedo de
 Arthur naquela história. Na realidade, tudo o que acontecesse na minha vida nos últimos dias tinha o dedo dele. Era cruelmente atordoante saber que eu não conseguia nem ao menos respirar sem que o cheiro dele já começasse a me atordoar. 
Encostei minha cabeça na janela enquanto pedia a Deus para que colocasse mais força no pé de
 Mel para chegarmos o mais rápido possível em Wyoming. Eu não agüentaria muito tempo mais toda aquela situação. 
E tinha certeza que meu coração muito menos.
 


31 comentários:

  1. eu estou adorando a web novela contato imediato, esta muito boa, mesmo, posta mais.

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  2. Olhaa , eu queria perguntar !
    qq capitulo , éeer esta foto , do começo ?
    espero qq me responda !

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  3. postaaaaaaaa maiss!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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  4. Esta ficando cada dia melhor a web.Posta Mais :D

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  5. Posta mais por favor,estou super curiosa!

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  6. Posta mais pr favor está ótima está web

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  7. Posta mais,quero saber o que vai acontecer!

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  8. Posta mais,vc vai postar hj?

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  9. o que será que é Mra T Nhé? eu acho que é eu te amo!tomara que seja

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  10. Eu quero que o arthur fique com a lua por favor.Eu não quero que ele volte pro planeta dele :(

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  11. posta maiiiiiiiiiiiiissssssssssss

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  12. Posta mais eu já estou morrendo de tando esperar!

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  13. POSTA MAIS POR FAVOR! EU ACHO QUE EU VOU MORRER DE ANCIEDADE E CURIOSIDADE!

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  14. Posta mais por favor! faz um tempão que vc não posta =(

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  15. Pooooosstaaaaaaaa maaaaiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiissssssssssssssss e hoje por favor

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  16. POOOOOOOOOOOOOSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSTTTTTTTTTAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA MAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIISSSSSSSSSSS! POR FAVOR POR FAVOR POR FAVOR POR FAVOR POR FAVOR POR FAVOR

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  17. Posta mais por favor to ficando muito lucy!

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  18. posta maaaaaaaaaaaaaaaaaiiiiiiisssssssss!!!!!!!!!!!!!!! ainda hj por favor! =)

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  19. Posta mais! quero saber oq vai acontecer!

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  20. ahhhh vc posta todas menos essa :/

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  21. pq essa é a única web que vc não posta? :/

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  22. posta logo está web por favor.Desde quarta vc não posta!:(

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  23. Não vais mais posta anciosa posta mais

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  24. Posta Mais hj por favor :/

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  25. Pq vc não posta mais? estou enlouquecendo de curiosidade!

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  26. Posta mais
    Estamos todas necessitadas
    Essa web é simplesmente tudo de bom

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  27. posta mais hoje te suplico por favor posta mais ! não demora muito a postas amo de paixão está web!vou ficar muito triste se vc não postar!

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  28. Posta mais por favor!está web é a minha preferida!

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  29. posta por favor! essa é a melhor web novela que eu já li.Mas vc poderia postar mais capitulos!Aguardo anciosa pelos próximos.Beijos!

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