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19/08/2012

"Contato Imediato"

                                               Capitulo 15
            

Quinze 

Depois de alguns momentos e da dor em todas as células do meu corpo, eu finalmente senti todo o cansaço e sono de mais cedo retornarem. O que me obrigou a apoiar a cabeça contra a janela, tentando arranjar uma maneira de encaixar o meu corpo entre o banco e a lataria do carro de uma maneira que lembrasse aconchegante. Lembrasse. Certo que a janela não era confortável e quentinha para eu dormir, mas era segura. Minha outra opção eram os braços firmes de
 Arthur, e com certeza eu não queria isso. 
Quando
 Mel percebeu que eu queria dormir, fez o favor de abaixar o volume do rádio e cantar alguns tons mais baixo, o que eu agradeci imensamente enquanto minha voz começava a ficar estranha e rouca e meu corpo parecia flutuar. 
Não demorou muito e eu estava sonhando. O que eu realmente não estava gostando de fazer nos últimos dias, especialmente porque
 Arthur parecia ser sempre o protagonista dele em histórias românticas e/ou picantes que me deixavam atordoadas. E daquela vez não fora nem um pouquinho diferente. 
No meu sonho nós estávamos em uma cama estranha, com um formato meio geométrico, com lençóis prateados e de uma seda de material estranho. Ele segurava a minha mão perto de seu rosto fazendo desenhos nela e escrevendo coisas fofas em Nells nela. O mais idiota era que eu entendia o que todas as palavras significavam, como se eu falasse Nells. Olhei pela janela atrás da cabeceira e vi a Via Láctea como se estivéssemos em algum tipo de nave ou coisa parecida. Eu me sentei na cama, de frente para a janela, admirando tudo lá fora, e senti o corpo quente de
 Arthur atrás de mim. Aquele contato era o mais confortável que eu já havia sentido em toda a minha vida, e a mão dele fazendo círculos no meu ombro direito enquanto beijava o esquerdo de uma maneira erótica que era mais que um convite para eu voltar a me deitar. 
- Mra T Nhé,
 Arthur. – eu disse e as palavras tiveram um sentido tão forte de “eu te amo” que por alguns instantes eu me senti desnuda (mais do que já estava no sonho) e indefesa. Eu não queria nunca confessar isso a ele. 
- Então você sempre soube o que significava, minha mrakni. – ele beijou meu outro ombro e então minha nuca. – Não posso deixar você. É irracional de minha parte deixar uma parte de mim.
 
As palavras dele tinham claramente um “mas” explícito nelas, mas deixei que ele continuasse e dissesse o “mas” por si mesmo. O que ele não disse, continuando seus beijos pelo meu ombro e nuca, me deixando mais descompassada do que eu já estava.
 
Quando me virei para beijar seus lábios, o barulho bizarro de Britney Spears gemendo Hit Me Baby One More Time, que por uma infeliz coincidência era o toque de celular de
 Mel, tocou. E de repente eu acordei com o corpo todo relaxado e uma sensação deliciosa e úmida onde os beijos de Arthur haviam estado nos meus sonhos. 
Percebi que o celular de
 Mel realmente havia tocado e para evitar que acontecesse algum acidente enquanto dirigia, ela tomou o cuidado de colocar ele no viva voz enquanto os olhos deChay praticamente brilhavam para o aparelho. Ele parecia amar a nossa tecnologia terráquea e tudo o fascinava, desde rádios automotivos até celulares de baixa tecnologia, como o deMel. Porque o meu tinha no mínimo trezentas funções a mais que o dela. 
-
 Mel, colega, eu vi você na TV. Sua foto estava linda. A da Lua muito mais. Estava parecendo aquelas estelionatárias chiques que passam a perna naqueles caras que tem muito, mas muito dinheiro, sabe? 
Não era de se admirar que aquela cabeça de vento de Jane Lynn fosse amiga de
 Mel. As duas conseguiam me surpreender com o tom alto de suas vozes. Na realidade, alto era um eufemismo. 
E outra grande prova de que Jane Lynn só poderia ser amiga de
 Mel era que ela tinha a mesma capacidade de Mel de dizer mais besteiras por minuto. Estavamos sendo procuradas, sabe-se lá pelo que a polícia havia inventado, quando na verdade estávamos sendo caçadas por ocultação de alienígena e a garota tinha a coragem de dizer que nossas fotos de procuradas estavam lindas. 
Deus tinha que me dar paciência mais que urgentemente.
 
- Jura que estava legal? Ainda bem que não usaram a foto da identidade. Eu estou horrível nela.
 
Paciência em dobro. Para
 Mel, Jane Lynn e para aguentar chegar até Wyoming ao lado de Arthur. 
- Mas, bem, não é sobre vocês estarem na TV que eu liguei para falar. É que veio uma mulher até a loja e ela esteve no apartamento da
 Lua, também. 
Imediatamente Izzy veio aos meus pensamentos. A agente atrapalhada da ARE era bem capaz de estar fazendo uma espécie de investigação paralela para nos pegar e mostrar para os chefões da CIA que ela podia ser mais que uma investigadora pateta.
 
- Quem era? – perguntou
 Mel enquanto fazia uma curva suave na estrada, mais à frente. Eu estava completamente acordada agora e a voz estridente e alta de Jane Lynn estava me acordando ainda mais. Será que aquela menina não sabia falar baixo nem ao telefone? Estávamos apenas em Illynois, não no Japão, para ela ficar gritando daquele jeito. 
- Uma moça bem bonita,
 Mel. Ela á loira e alta, parece aquela mulher do Friends, sabe? 
- A Jennifer Aniston? – perguntei.
 
- Essa aí é a Rachel? – ela rebateu e pensou um pouquinho antes de completar. – Se for, era ela mesma. Só que essa moça era ainda mais bonita. E tinha os olhos mais incríveis que eu já vi.
 
Mel riu alto, quase da mesma altura que a outra falava ao telefone e eu quis que houvesse abafadores de sons por perto.
 
- Conhecendo você, Jane Lynn, com certeza são olhos verdes ou azuis que transmitem a pureza da garota.
 
E depois de dizer isso começou a rir ainda mais, como se aquela fosse a piada do mês. Eu estava sem entender completamente nada. E
 Chay e Arthur se encaravam com expressões preocupadas no olhar, fazendo aquela coisa que eu odiava. Era simplesmente irritante como eles pareciam se comunicar através da mente, como se olhar um nos olhos do outro facilitasse a transmissão de pensamento. 
- Por incrível que pareça, não eram nem verdes, nem azuis dessa vez. Eram castanhos. Tão lindos e fluidos que pareciam chocolate derretido. E ela tinha o cabelo mais bonito que eu já vi também. Nem se usasse So Sexy da Victoria Secret todos os dias, conseguiria um cabelo tão lindo. – algo dentro de mim parecia estar alarmado. Uma espécie de sirene avisando que as coisas não estavam certas. – E as roupas? Jesus Cristinho Crucificado! Ela usava um vestido prateado longo, que misturava um tecido que parecia seda, lustroso, com outro, numa espécie de racho que parecia tule. Mas só parecia, sabe? E preto, lindo. Sem contar as botas, né?
 Mel, a garota deve ser rica porque eu posso jurar que aquelas botas estavam na capa da Vogue e são Prada. 
- Mas como era o nome dela? – eu perguntei mais que impaciente.
 
Estava pouco me importando se a tapada da Jane Lynn conhecia a bíblia da moda e sabia quanto custava ou como era uma bota Prada. O meu alarme de problemas graves estava soando disparado, quase tão disparado como quando encontramos
 Arthur e Chay. 
- Ai. Acho que esqueci... Era algo como A...
 
- Allie. –
 Arthur disse, me surpreendendo. 
- Exatamente. Allie. A garota se chamava Allie.
 
A voz de Jane Lynn era exultante por ter se recordado com a ajuda de
 Arthur e eu fixei meus olhos nele, que estava ainda mais tenso e encarou Chay naquela sua linguagem silenciosa, que ficou tenso também, mas bem menos que ele. 
- Ela disse mais alguma coisa?
 
- Não,
 Mel. Ela só disse quem era e perguntou onde vocês estavam. Eu disse que tinham ido viajar e tal. A mesma coisa que eu disse pra polícia. Mas ela usou um argumento muito poderoso pra eu revelar onde vocês estão indo. 
- Que argumento? – perguntamos eu e
 Mel ao mesmo tempo. Eu estava completamente surtada agora. Meu alarme já estava me dando dor de cabeça de tanto que apitava e tudo parecia girar. 
- Ela disse que era noiva do
 Arthur, o cara que está com vocês. – de repente Jane Lynn se calou como se tivesse dito uma besteira enorme, enquanto eu estava estática, em choque, sem acreditar no que eu havia acabado de ouvir. – Ela é noiva dele, não é? 
Meus olhos saíram do meu colo, onde estavam grudados nas minhas mãos suadas, frias e inquietas e foquei
 Arthur. Queria saber se era verdade. Precisava saber. 
- Sim. – ele disse com a voz rouca, como se por um acaso doesse nele admitir que era noivo de Allie ou fosse lá qual fosse o nome da garota parecida com a Jennifer Aniston. – Ela é minha noiva.
 
Foi como um daqueles episódios de Coyote e Papa-Léguas. Exatamente daquela forma. Como se eu estivesse correndo numa rocha e de repente, a rocha despencasse. A sensação no meu estômago fora a mesma, eu poderia jurar.
 
Tudo parecia girar e senti algo em meu peito como se estivessem fincando uma faca com toda a crueldade no meu coração. Agora eu sabia como era ter o coração partido e ao mesmo tempo ter todas as esperanças caídas no chão. Apoiei uma mão fria no banco, tensa. Jane Lynn ainda falava várias coisas, mas nenhuma delas parecia fazer sentido em meus ouvidos. A noiva de
 Arthur estava atrás dele. Ponto final. Ele iria se casar, iria ser o sei-lá-o-quê de Airamidniv e eu não poderia fazer nada. 
Aliás, o que eu queria fazer? Pedir para ele não ir embora, abandonar toda a sua vida extragalática e ficar comigo? Soava tão absurdo quanto pedir para a Terra parar de girar. A voz deMel me fez olhar para ela, que devolvia o olhar completamente preocupada. Eu deveria estar péssima.
 
Eu me sentia péssima. Toda a dor que eu sentira mais cedo não chegava nem a um quarto da dor que eu sentia agora. Da outra vez doía o corpo todo, agora doía o coração mais do que qualquer coisa. Algo que me impedia de respirar.
 
Tudo o que eu queria chorar. Desesperadamente, mas não podia dar aquele gosto àquele cafajeste. Como eu pudera ser tão boba a ponto de manter esperanças? Ah, sim. Aqueles olhos. Era impossível não pensar em outra coisa a não ser ficar ao lado dele quando aquelas íris cor de chocolate se fixavam nas minhas e me tiravam de órbita. Coisa que elas faziam naquele exato momento, enquanto eu respirava com dificuldade, sentindo tudo girar ainda pior, como se eu estivesse pronta para vomitar, ou pior, desmaiar.
 
Desde que eu me conhecia por gente, minha mãe sempre dizia que desmaiar era uma atitude que apenas mulheres fracas e madames faziam. Talvez a novela ajudasse ela a pensar tais coisas. E no momento não interessava se eu não era uma madame, eu era fraca.
 
E estava terrivelmente prestes a desmaiar. A sensação foi ainda pior quando a mão de
 Arthur pousou sobre a minha que estava em cima do estofado, surpreendentemente perto da dele. 
Imediatamente meus olhos se fecharam e tudo o que eu vi foi um borrão preto.
 
Mais tarde, eu despertei tensa e sem saber direito onde eu estava, mas a minha primeira atitude foi afastar minha mão da de
 Arthur, que ainda a segurava com carinho. Eu não queria tocá-lo, não queria vê-lo. A única coisa que eu queria daquele alien era distância. E meu desejo se realizaria tão breve quando chegássemos a Wyoming, ele entraria naquela nave mãe e ficaríamos a muitas estrelas de distância. Espaço o suficiente para sufocar qualquer sentimento idiota que eu fosse capaz de nutrir por ele. 
- Ei, ela está abrindo os olhos. Esperem... – a voz de
 Mel chamou a atenção enquanto sentia o corpo de Arthur se afastar de perto do meu. Decidida, abri os olhos e encarei Mel com um sorriso débil que ela geralmente me dava quando o contrário acontecia. Eu não era muito de desmaiar, mas Mel conseguia fazer isso com uma frequência quase assustadora e geralmente em shows, para que os cantores parassem as músicas, preocupados, e ela se vangloriasse no dia seguinte que os músicos pararam apenas por causa dela. – Oi, Lua. 
- Oi. – disse fraca e me levantei de pronto, sentindo tudo ao meu redor girar um pouco, mas não deixei que ninguém percebesse. Como todos estavam olhando para mim, achei que devia uma explicação do porquê de eu ter desmaiado, então inventei uma às pressas e disse que eu havia comido pouco e ainda estava muito cansada, tudo isso somado ao estresse que eu estava sofrendo por ser procurada pela polícia, fora o que me fizera desmaiar.
 
Mel respirou mais contente e
 Chay fez um carinho nos meus cabelos, bem parecido com o que Ryan, meu irmão, costumava fazer. Sorri para os dois e num gesto quase imperceptível, me encostei mais à janela, tentando ficar o mais distante possível de Arthur. 
Logo ela voltou ao volante, saindo do cantinho entre os bancos, por onde ela estava quase em cima de mim, e tocando de leve a mão de
 Chay, antes de voltar a ligar o carro e pisar de um jeito que me deu orgulho no acelerador. 
Por mais que eu não quisesse, não pude me conter e acabei olhando para
 Arthur, que estava longe de mim e olhando pela janela, totalmente tenso. Era mais que óbvio que ele ficaria daquele jeito ao saber que estávamos sendo caçados pela ARE e a noivinha dele estava perdida em Nova York. 
Uma inveja de Allie corroeu meu peito, enquanto o frio que entrava pela janela de
 Chay aberta me fez me abraçar, tentando em vão, aquecer meu corpo e meu peito quebrado. 
Eu queria tudo o que ela tinha.
 Arthur, a preocupação dele, um futuro com ele. Queria a chance de ser feliz ao lado dele e passar a vida inteira ao lado dele. Mas, mais uma vez, eu sabia que estava pedindo demais. 
- Ainda está cansada,
 Lua? – Mel perguntou enquanto continuava olhando para frente, prestando atenção na estrada. Coisa que era rara, já que ela adorava olhar para trás enquanto dirigia. 
- Um pouco. – eu disse olhando pela janela do meu lado, quando vi que a cabeça de
 Arthur estava virando para frente. Eu tinha medo de que se nossos olhares se encontrassem nem que fossem por dois segundos, eu ficaria hipnotizada e começaria a fazer planos novamente. Planos que nunca se concretizariam. – Mas posso dirigir um pouco, se quiser. 
- Não, não precisa. Estamos perto de Macomb. Falta pouco para chegarmos em Iowa.
 
Não prestei muita atenção no que
 Mel disse depois disso. Eu não me importava. O céu estava estranhamente escuro para dias antes do dia de ação de graças e achei aquilo muito estranho. A coisa mais rara de acontecer era chover naquelas épocas. 
- Acho que não vamos poder nos hospedar em algum hotel ou coisa parecida. –
 Arthur disse com a sua voz arrogante como se fosse mais que óbvio para todos dentro do carro que não poderíamos ficar em um hotel. O que com certeza era, mas cansados como estávamos, não prestávamos atenção nessas coisas. – Vocês ainda estão sendo procuradas pela polícia, não podemos dar sopa ao azar de vocês serem reconhecidas. Isso possibilitaria que fôssemos pegos. E eu e Chay precisamos chegar o mais rápido possível em Airamidniv. 
Chay fez algum som e
 Mel completou que Arthur tinha razão. Como se ela precisasse dizer isso para ele se sentir ainda mais convencido do que ele já era. 
- Bem, eu conheço uma fazenda abandonada por algum lugar aqui por perto. É onde o CAA de Illinois se junta para fazer suas observações.
 
- O CC O quê?
 
- CAA. Clube Astronômico Amador. – ela disse rindo. Às vezes ela pensava que eu apenas brincava com ela e sabia todos os termos sobre estrelas, perguntando só para testá-la. Era queMel nunca perceberia que eu não dava a mínima para as estrelas, e agora, depois dos eventos recentes e de conhecer um alien em pessoa, menos ainda.
 
Não demorou muito e
 Mel tomou um retorno que dava em uma estrada de terra, seguindo em alta velocidade por ela e levantando uma poeira marrom. Um cheiro misturado de terra e chuva entrou pela janela aberta e eu respirei fundo. Apesar de ser apaixonada pela cidade, nada se comparava àquele cheiro. 
Em um minuto,
 Mel puxava o freio de mão de uma vez, já abrindo a porta do carro com um sorriso contente, ao ver que ainda lembrava onde ficava a fazenda. Isso é, se aquilo ainda poderia ser chamado de fazenda. 
A casa principal, acho que chamada de Casa Grande, estava completamente destelhada e apenas a construção menor ao seu lado, que eu rezava para que não fosse um estábulo, estava com telhas. Esburacadas, mas ainda assim eram telhas.
 
- Vamos logo. Vai começar a chover. - ela disse colocando a cabeça para dentro do carro e praticamente correu em direção ao que eu pensava ser o estábulo.
 Chay não parou para pensar, correndo atrás dela, contente como uma criança. 
Antes que eu pudesse me dar conta, estávamos eu e
 Arthur sozinhos dentro do carro, o meu coração disparado ao perceber este fato não me deixou outra alternativa a não ser lançar um olhar constrangido para onde ele estava sentado. Por uma infeliz coincidência, ele estava me encarando e nossos olhares se cruzaram, me deixando sem ar durante os poucos segundos em que os meus olhos ficaram naquela profundeza cor de chocolate. Suave, amarga, quente demais para que eu pudesse resistir. Mas necessário. Era necessário resistir. 
Abri a porta do carro e saí de uma vez, andando por entre a relva enorme que ia quase até os meus joelhos, em direção ao local onde
 Mel e Chay estavam. 
O meu coração estava batendo com toda a força possível depois daquele contato visual com
 Arthur, batendo como se nem ao menos tivesse sido quebrado minutos antes. Eu era uma idiota da pior marca. 
E pior. Eu era uma idiota da pior marca e molhada. Afinal, a chuva começara a cair ao mesmo tempo em que eu caminhava para a pequena construção, enfurecida comigo mesma e com o fato do caminho ter parecido tão mais curto para
 Mel e Chay. 
- Eu me pergunto,
 Lua Blanco, se é só você que é assim ou se todas as fêmeas do seu planeta que são tão... 
A voz dele vinha de trás de mim. Arrogante como sempre, mas com um toque de zombaria, o que mostrava que ele estava determinado a me tirar do sério. As nuvens negras do céu decidiram mostrar porque estavam tão escuras e despejaram toda a água da galáxia sobre nós. Mal possibilitando que nos ouvíssemos, me forçando a gritar:
 
- Tão o que,
 Arthur? Tão diferentes da sua preciosa Allie? – eu disse com todo o despeito que me era de direito. 
- Pode ser. Em Airamidniv as mulheres não são tão teimosas, tão cegas.
 
- Cega? Você está me chamando de cega por quê, seu ser insignificante?
 
- Porque você não vê um palmo na frente da merda do seu nariz e não entende nada do que eu te digo. Tudo bem que eu não sou famoso por me comunicar bem, mas apenas um idiota não entenderia o que eu quero te dizer.
 
- E o que você quer me dizer?
 
A chuva estava ainda mais forte, minhas roupas estavam pesadas e meu cabelo estava todo no rosto, mas eu pouco me importava. Tinha uma cena mais bonita para admirar. O céu estava negro, o dia estava quase acabando, mas não era a paisagem do céu que me deixava tão sem fôlego. Era
 Arthur. 
Ele estava completamente molhado, sua camiseta que ele usava por baixo da camisa xadrez estava completamente grudada no corpo, deixando os músculos do seu abdômen definido deliciosamente visíveis. Seu cabelo daquela cor que eu nunca saberia dizer se era louro escuro acobreado, ou castanho claro dourado, estavam escuros pela água, ficando quase castanho escuro. Mas seus olhos chocolates fixos nos meus eram o que mais chamavam minha atenção. Deus! Como era fácil me perder neles.
 
- Você ainda não percebeu? É pior do que eu pensava. – ele riu. O que me deixou ainda mais furiosa do que eu estava.
 
- Você me ama,
 Arthur! - ergui as mãos, frustrada. – Só pode me amar pra me atormentar tanto! 
- E quando eu disse que não amava?
 
E de repente, eu me vi nos braços de
 Arthur, com seus olhos de chocolate derretido completamente quentes, tão quentes quanto os seus lábios que se grudaram aos meus e o beijaram com desespero. Um desespero que eu espelhei, agarrando os seus ombros e o puxando mais para mim, pouco me importando se aquele beijo iria reacender a minha esperança ou se iria destruí-la de vez. Não importava mais nada. 
Tudo o que eu poderia saber era que eu o amava. Que aquele momento era certo e que nunca mais iria se repetir. Não havia Allie,
 Chay, Mel ou qualquer outra pessoa para estragar aquilo. Não havia ARE, CIA, nada. 
Apenas eu e
 Arthur. 
E minha vontade cruel de me entregar a ele de vez. Se ele fosse apagar aquele momento da minha mente mais tarde, não importava. Eu queria.
 
Puxei-o pela nuca, afastando nossas bocas apenas por alguns segundos e sussurrei:
 
- Eu quero você.
 
Ele riu, mas dessa vez não era nenhum daqueles risos irônicos, arrogantes que eu conhecia. Era um riso de desejo, de quem sabia o que ia acontecer e estava ansioso por aquilo.
 
- E eu não posso adiar isso por muito mais tempo.
 
Eu pulei em seu colo, cruzando as minhas pernas em sua cintura enquanto ele me levava para dentro do estábulo, ou fosse lá o que fosse, que estava bem a nossa frente, coisa que eu não tinha me dado conta até o momento, e me jogou num daqueles montes de feno, que se eu estivesse no meu normal juízo, teria odiado.
 
Mas no momento, tudo o que eu queria era compartilhar do prazer de
 Arthur ali, naquele momento, naquele lugar. 
- E
 Chay... Mel... – minha voz perguntou, mas não a reconheci. Estava rouca, sensual e desejosa. 
- Não vão nos perturbar. Estão cuidando deles mesmos agora. – eu sorri me ajeitando no feno enquanto o corpo molhado dele se ajeitava sobre o meu vagarosamente. – E agora,
 LuaBlanco, eu, finalmente, vou cuidar de você. 

27 comentários:

  1. eu estou adorando a web novela, contato imediato esta muito legal, vamos postar mais.

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  2. Posta ++++++++++++ pf eu vou morrer pf pf pf!!!!!!!!

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  3. OMG!!! posta mais,rapido,finalmente vai rolar gratino kkkkk,adoro a web,posta mais

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    1. Muitas surpresas no próximo capitulo quem sabe a primeira vez? Ou Lua não vai ceder? OMG muitas coisas estão para acontecer... Fiquem ligados.. Mas não tenho culpa de nada... Beijos

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    2. A Bruna com esse terrível defeito dela de parar nas horas mais picantes! Ui menina se eu te encontrar ma rua juro que eu vou roubar sua cabeça... kkk sem torturas.... Posta maisssssssss?

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  4. Morrendo aqui bem na hora do gratino você para.Posta o mais rápido possivel o proximo capitulo. :D

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  5. Posta Mais... Por Favor!! Vc Tá Nós Devendo

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  6. Posta mais!!!!!!!!!!!!!!!!!
    que perfeito

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  7. +++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

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  8. Posso morrer ? o.O Lindo lindo lindo o capitulo ... posta mais antes que eu tenha um enfartoo ! sério !

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  9. Mais por favor , mais um!

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  10. Eu vou me matar se não postar mais hoje.. Eu implroooooooooooooo por favor!

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  11. posta mais por favor!amo muito está web!tomara que eles tenham logo a primeira vez deles!

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  12. Posta mais por favor está web é a melhor!

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  13. posta mais e não demora por favor, se não eu morro e vc não quer ser culpada por uma morte né?kkkkk posta por favor!

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  14. posta mais por favor estou super anciosa pelos próximos caítulos!

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  15. Posta mais por favor estou tendo um ataque de anciedade!

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  16. Bruna vc vai contar detalhes da primeira vez deles?
    E posta mais ppleaseeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee

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  17. Bruna se um dia topar com vc em algum lugar do mundo saiba que vc estará com pena de morte pois esta matando todas as suas leitoras do coração.Sua filha da puta como vc para numa parte dessa.Nesse momento estou com uma inveja profunda do seu PC que pode ter contato mais rápido com sua fic.(a na pate do FDP eu queria te chingar não a sua mãe bjo bjo e posta mais se não eu mesma te mato com as minhas mãos/Jú

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    1. Nossa eu ri muito do seu comentário... Acho que foi o comentário mais lindo que já recebi na minha vida.. Só demonstrou um pouco que me ama...

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    2. Ai que linda, me senti honrada kk mais vc é a unica escritora q me faz ter espiração para comentar eu acho que eu só comento sua fic Bruna tu tem um poder de e fazer entrar no seu blog de 2 em 2 segundos pra ver se tu postou alguma coisa tem o poder de me fazer sentir agoniada esperando a postagem da SUA fic mais que perfeita.Fico feliz de ter gostado do comentário.AH pra poder ficar concreto sim eu te amo.Não precisa achar algo q é concreto/Jú

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  18. AAAAAA posta Mais Bem Na Hora do Gratino e Maldade quero Mais...

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    1. a PARTE DE MALDADE É PORQUE A AMANDA LOPES (ESCRITORA DE A BELA E FERA)TÁ SENDO MUITO MÁ COMIGO DAI EU TENTO DÁ O TROCO COM A MESMA MOEDA.. KKK ...CULPEM ELA.

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