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06/08/2012

"Contato Imediato"

                                                                   Capitulo 7 (Parte II)




 - Te dará satisfação. Não quer satisfação essa noite, Lua? 
Querer satisfação? Claro que eu queria. Mas não com Arthur. Meu Deus, quando eu pararia de mentir para mim mesma? 
- Não, obrigada. Quero dormir pacientemente na minha cama, enquanto você faz o que quiser na sala. Durma com as estrelas,
 Arthur. 
Me virei de costas para ele e dei boa noite apenas quando já estava na porta do quarto, remotamente segura. Soube naquele momento que não devia ter virado a cabeça para despedir-me, fora o erro da noite. A visão que eu tivera me deixara em alerta durante toda a noite, com um calor insuportável que poderia jurar que estávamos em julho, mas era novembro. O calor vinha de dentro de mim, enquanto minha imaginação repetia como um filme, a imagem de
 Arthur jogando a camisa para qualquer lado da sala, revelando um peito amplo e forte, com algumas cicatrizes e desabotoando a calça com tanta vagarosidade, que meu coração acompanhou a sua demora, batendo lentamente. Eu pensei que não poderia mais respirar quando aquele corpo se revelou sobre os meus olhos. Pensei que não poderia sentir meu coração bater. Não prestei atenção nos curativos dele. Cuidaria disso na manhã seguinte. No momento eu estava prestando mais atenção naqueles braços fortes e na vagarosidade com que ele tirara as calças. Céus! Meu corpo estava trêmulo por apenas pensar que se eu me rendesse poderia ter o corpo dele no meu. Minha imaginação estava enlouquecida naquela noite, eu dormia sonos leves e repletos de imagens sensuais de nossos corpos enroscados na minha cama e em outros cômodos do meu apartamento. 
Mas em certo momento, eu realmente fui pega pelo sono mais profundo, sentindo o meu corpo ser prensado sobre o dele na cama enquanto as mãos de
 Arthur se deslizavam por ele, acariciando e apertando onde ele sabia que meu corpo estava desejoso por ele. Meus sussurros eram muito reais. O calor do corpo dele era bem real. Tudo parecia ser bem real, a boca úmida dele em meu pescoço, arrancando-me suspiros cada vez mais altos parecia ser verdadeira. 
De repente me agarrei a ele, deixando o meu corpo se contorcer em espasmos fortes e enlouquecedores e quando o meu corpo já estava relaxado, abri os olhos para encarar os olhos deArthur, mas não vi nada a não ser o meu quarto banhado na luz do sol que já nascera e percebi que eu estava descoberta, quente, e trancada dentro do meu quarto, com a mente perdida em pensamentos. Estava cansada demais de tanto dormir e acordar de pequenos sonhos quentes e que me deixaram desejosa.
 
Mas aquele último sonho fora tão real. Eu quase sentira as mãos de
 Arthur realmente me tocarem, como se ele realmente tivesse estado no meu quarto. Olhei em volta, tentando ter certeza de que ele realmente não estivera e vi que a bagunça de travesseiros e cobertores era algo que apenas uma pessoa poderia fazer. Além do mais, a porta continuava trancada. 
Levantei-me e tomei um banho bem gelado, para acordar de vez a minha mente. Meu corpo já estava mais que desperto, as sensações nas que eu me inundara no sonho foram capazes de me fazer acordar saciada na realidade. Vesti uma camisa branca e meus jeans justos, acompanhados de sapatos fechados de salto alto, o meu bom e velho uniforme de trabalho. Simples e sóbrio que não permitia que os homens fizessem comentários sem graça sobre o meu corpo. Eu ousara trabalhar com um vestido verão uma vez, em uma das tardes mais quentes da história de Nova York, e depois daquela vez, nunca mais. As mulheres fofocavam sobre mim nos banheiros do andar e os homens não paravam de andar pela redação, fazendo meu chefe botar todo mundo para correr e me dar uma bronca horrível por ficar disseminando os pecados da carne pelos corredores do jornal.
 
Respirei fundo com todo o cuidado possível de me lembrar o meu tão especial mantra, que já provara não funcionar, e abri a porta bem devagar para evitar ver
 Arthur nu logo de manhã. Eu ainda tinha planos de conseguir trabalhar direito para adiantar o serviço até o dia de ação de graças, mas se visse Arthur nu, eu poderia esquecer de ir trabalhar porque não conseguiria nem ao menos entrar no trem. Quem sabe até nem me lembrasse como sair de casa. 
Com cuidado, sai do quarto, segurando a minha pasta contra o peito como um escudo contra
 Arthur, meio curvada e andando nas pontas dos pés para evitar que ele me ouvisse, caso ainda estivesse dormindo. Ele não estava na sala, por isso levantei meu corpo e passei a andar direito, andando com mais segurança para a cozinha, acreditando que ele já devia estar no banheiro. Atravessei o curto caminho entre meu quarto e a cozinha e encostei-me à geladeira de uma vez, assustada quando Arthur saiu de baixo do balcão, apenas com as calças jeans e um pacote de café nas mãos. 
- Céus, quer me matar?
 
Eu não disse do que ele poderia me matar. Podia ser de susto, raiva ou prazer. E junto com esses meus pensamento,
 Arthur deu uma risada, parecendo perceber as imagens que passaram na minha cabeça dele me matando de prazer lentamente, que me fizeram delirar e encostar ainda mais no metal frio da geladeira, tentando esfriar o calor de meu corpo. O olhei séria e por alguns instantes foi como se as cenas que passavam na minha mente também estivessem passando na mente dele, como se o mesmo filme estivesse passando em telas diferentes, conectados. Assim como os nossos olhos estavam conectados. 
Desviei o olhar e prestei atenção na cafeteira já ligada e já com café quente. Do jeito que eu precisava em manhas turbulentas. E com certeza já acordar com imagens mentais de noites loucas entre
 Arthur e eu, poderia escalar aquela manhã como uma manhã turbulenta. Enchi uma de minhas canecas extra grandes e a bebi com gosto. Estava muito bom e não parecia ter sido feito por Arthur, ou então aquilo estaria grosso e pastoso, digno de se comer de colher. Mais como uma sobremesa quente do que realmente café. 
- Já tomou café? - ele balançou a cabeça, negativamente com o pacote de pó de café nas mãos. Por isso eu coloquei café em uma caneca do mesmo tamanho que a minha e a entreguei a ele, sentindo um calor estranho quando nossas mãos se tocaram, mesmo que por apenas alguns segundos. - Beba depressa e vá se vestir, pois temos que ir. Você passará o dia com aMel.
 
Ele ergueu as sobrancelhas me encarando com firmeza para perguntar em seguida.
 
- E por que não com você?
 
- O emprego dela é mais liberal que o meu.
 
Dei a resposta rápida, enquanto juntava alguns papéis de dentro da pasta e os organizava de acordo com a importância para o dia. Olhei para o lado e vi
 Arthur me observando ao invés de estar terminando o seu café e ir se arrumar para podermos sair logo de casa e irmos para o Brooklyn que não era assim tão perto de casa. 
- O que está esperando para ir se arrumar? Não temos todo o tempo do mundo.
 
- Já pensou em ser sargento, comandante ou algo do gênero? - ele riu. - Combina bem com você e esse seu jeito tão automático.
 
- Não, não pensei. - respondi terminando de organizar os papéis e olhando nos olhos castanhos que me tiravam do sério - E você? Sempre pensa em cair em planetas estranhos e perturbar a vida de outras pessoas?
 
Eu respondi a ele com um insulto bem raivoso e ele ergueu as sobrancelhas de modo bem ameaçador antes de responder a mim com a voz raivosa, encarando-me completamente furioso.
 
- Não. Mas abro exceções quando caio em planetas inferiores.
 
Seus olhos faiscavam como se ele fosse me bater. Eu conseguia ver as chamas ardendo naquela profundeza cor de chocolate, e ao invés de sentir medo, tudo o que eu consegui senti foi um tremor percorrendo todo o meu corpo, me deixando quente e desejosa de que aquelas chamas me consumissem bem lentamente.
 
- Acha que eu sou inferior? Se eu sou tão inferior, por que quer tanto me conquistar?
 
- Porque... -
 Arthur se aproximou e eu ergui meu rosto na direção dele, sentindo toda a tensão fazer firula no pequeno espaço entre nós. Ele conseguia fazer com que a tensão nos abraçasse como se tivesse vários tentáculos, impedindo-nos de sair daquela tensão. 
- Por quê?
 
Arthur continuou se aproximou ainda mais de mim e ficou com os olhos mais faiscantes ainda. Ele me agarrou pelo braço e me puxou na sua direção, me fazendo encostar meu peito no seu, sentindo o calor dele passar para o meu corpo numa transmissão de calor, tão intensa que me fez perder o fim de controle que eu tinha. Minha camisa era grossa, ideal para dias frios como o que estava fazendo, mas
 Arthur conseguia passar o seu calor através dela como se eu estivesse nua, sentia o calor de sua pele na minha sem precisar de muito esforço. Ele simplesmente irradiava sobre mim todas as suas chamas de calor, e não apenas por sua pele, seus olhos também enviavam ondas de calor para mim. A boca de Arthur abaixou-se, quase tocando a minha. Meu coração estava mais disparado a cada simples segundo e quando pensei que finalmente nos beijaríamos, Arthur se afastou, pegando a caneca de café de cima do balcão, onde colocara quando começara a discutir comigo e foi para a sala, colocar uma roupa para sair. Parecendo tão perturbado quanto eu, com os ombros rígidos e a testa franzida. 
E se eu tinha alguma esperança de trabalhar naquele dia, eu poderia esquecê-la.
 
Tentei me distrair com os papéis de minha pasta e meu café quente e delicioso. Mas de nada adiantou. Meu corpo ainda estava trêmulo, minha cabeça ainda estava sintonizada em que meu corpo necessitava e pedia desesperadamente. O calor de
 Arthur novamente. Era muito injusto ele me deixar provar de seu calor e depois tirá-lo tão vilmente. Era como me deixar provar do céu e me tirar de lá em seguida, tão injusto que eu não podia nem ao menos descrever. Ter os seus lábios quase nos meus fazia com que tudo parecesse tão irreal que a única prova que eu poderia ter de que aquilo era realidade era a mancha de café no chão de quando Arthur me puxara contra si e minha caneca de café entornara, derramando um pouco do liquido escuro no chão, mas nem ao menos percebemos isso no momento. 
Respirei fundo, pela oitava vez naquele dia e obriguei-me a ficar calma que daria tudo certo. Apenas mais alguns dias e não veria
 Arthur nunca mais. E eu não sabia se isso era bom ou ruim. 
Minutos depois,
 Arthur parou ao meu lado dizendo ranzinzamente que já estava pronto para irmos. Fechei o meu apartamento e saimos do prédio. Nas ruas, as pessoas nem se demoravam olhando para nós. Na verdade pareciamos pessoas normais, uma mulher de negócios acompanhada por um metido a skatista, nada que qualquer um não visse todos os dias no Village, casais estranhos não eram muito difíceis de ver no meu bairro, mas era aí que estava o problema. Não éramos um casal. 
Andar com
 Arthur pelas ruas do Village não era tão difícil, mas entrar no metrô que nos levaria até Brooklyn foi o momento mais difícil que da nossa jornada. 
Ele não conseguia parar de olhar para todos os lados, fascinado com a quantidade de pessoas andando de um lado para o outro, sem pararem para nada, continuando seus caminhos, o que era mais que comum em Nova York. O metro parecia tão normal para mim, que nasci e fui criada em Nova York, que não consegui entender o fascínio que ele despertava em
 Arthur, que quase babava de tão empolgado que estava com tudo o que via. 
Em poucos minutos, já havíamos chegado à estação do Brooklyn, sem nem ao menos nos falarmos por um segundo que fosse. Desde que saíramos do apartamento, eu e ele não havíamos dirigido a palavra um para o outro. Só vi que ele estava admirado com os trens e metrôs pelo brilho de seus olhos, e apenas divisei-os por breves momentos. Estávamos brigados e eu pensava que era melhor continuarmos dessa forma.
 
Brigada com
 Arthur eu não pensava nele de uma forma sexual. Era mais fácil lidar com ele com aquele bico enorme e aquela cara contrariada do que tentando me seduzir. Porque eu sabia que não resistiria a ele por muito tempo. Sem falar comigo era impossível que ele fizesse qualquer brincadeirinha para cima de mim. 
Bati na porta da loja de produtos exotéricos onde
 Mel trabalhava e abri a porta, sendo anunciada pelo simpático sininho de vento que fez barulho assim que eu entrei. Mel colocou a cabeça para fora da sala de Reik e me lançou um sorriso radiante, vindo até nós. 
Com um abraço apertado, ela me cumprimentou e não me deixou falar ou perguntar nada dando um beijo no rosto de
 Arthur em seguida. Olhei ao redor procurando Chay, mas ele não pareceu estar por perto. 
Mel percebeu que eu estava procurando por ele e deu uma piscadela para mim, me fazendo dar uma risada da minha amiga louca. Olhei no relógio de parede em números romanos, em cima do balcão e vi que teria de me apressar. Mas
 Mel segurou a minha mão, provando que não me deixaria sair de lá tão cedo. 
- O
 Chay está lá dentro, organizando algumas coisas. - explicou ela para nós dois e fez um sinal para que Arthur fosse até lá. 
Ele andou todo empertigado na direção que
 Mel indicou e nem ao menos se virou para trás, mostrando que ainda estávamos brigados. E como eu já dissera, era melhor assim. 
- Preciso ir, amiga. - me despedi quando vi
 Mel vindo fazendo aquela sua familiar cara de quem iria me contar a sua noite. 
E não. Eu realmente não precisava saber disso. Não naquele momento.
 
- Precisa nada. Você ainda tem oito minutos.
 
- Sim. E isso significa que eu chegarei atrasada à redação. Estou no Brooklyn.
 
Ela inclinou a cabeça e me fez rir da carinha de cachorro perdido que ela utilizou para me convencer a ficar mais um pouco e escutar suas histórias. Mas eu realmente não tinha tempo. Se realmente quiséssemos levar os dois para Wyoming na sexta, eu teria que adiantar todo o meu serviço para não precisar trabalhar no feriado. Que era exatamente o que eu pretendia fazer antes de dois aliens caírem, literalmente, em nossas vidas.
 
- Por favor?
 
- Te ligo mais tarde. - disse abrindo a porta e mandando um beijo para ela, correndo porta afora, e não metaforicamente.
 
-
 Lua. - ela gritou. - Eu vou sintetizar para você saber, não quero guardar essa informação comigo por muito tempo. - eu parei lançando um olhar implorativo para que ela não me contasse nada. - Mentoladas arrasam, mas as de chocolate esquentam e o Chay, bem, o Chay tem uma energia que mortal nenhum poderá igualar! 
Corri porta afora escutando as risadas de
 Mel atrás de mim. Ela era uma louca, mas eu já sabia disso há muito tempo, mas só agora notei que ela precisava de ajuda profissional. E urgente. 
Com quinze minutos de atraso, cheguei a minha redação escutando meu chefe rugindo atrás de mim querendo as matérias que eu prometera revisar naquele fim de semana. Fiquei tentada a dizer que eu não revisara coisa nenhuma porque eu encontrara uma nave espacial de merda e tive que me livrar de um alien que queria me seduzir. Mas eu sabia que meu chefe além de me mandar para casa, chamaria uma ambulância para me levar, de camisa de força, para uma clinica psiquiátrica.
 
E eu não poderia culpá-lo. Eu era uma pessoa racional e por vezes achava que tudo aquilo era um sonho maluco e estava vivendo aquilo, contar para alguém parecia ainda mais maluco e irreal.
 
- Você tem quinze minutos para fazer isso ou vou esquecer que é minha melhor redatora e te mando para o olho da rua, entendeu,
 Blanco? 
Fiz que sim com a cabeça, abracei-me à minha pasta e corri para a minha sala. Quinze minutos depois, meu chefe estava com as matérias revisadas em seu e-mail e eu já podia revisar as matérias do dia, mais relaxadamente, grata pelo excesso de serviço impedir-me de pensar em
 Arthur. E começava a fazer justamente isso, quando a srta. Marcie abre a porta e avisa que tem um casal estranho me procurando. 
Estranho com certeza seria uma descrição muito boa para
 Mel. Mandei Marcie mandá-los entrar e quando o casal adentrou a porta, pude ver que a palavra estranha não servia apenas para descrer Mel. 
Uma mulher alta de cabelos tão vermelhos que pareciam cor de rosa, entrou na minha sala, vestida com um terninho preto muito elegante e justo, acompanhada de um cara igualmente alto com os cabelos escuros rebeldemente penteados e um terno também na cor preta.
 
Levantei-me de minha cadeira e apertei a mão dos dois, perguntando em que podia lhes ser útil e quase caí para trás quando eles se apresentaram.
 
- Somos Izzy Johhston e Noah Galwind, da ARE. - disse ela.
 
- Agência de Relatório Extraterrestre. - explicou o homem - E queremos lhe fazer algumas perguntas.
 
Eu estava ferrada.
 
 
                                                                                                          Direitos Autoriais: Elle S.

5 comentários:

  1. Morrendo em 3,2,1.....
    Posta Mais pf pf pf !!!

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  2. ++++++++++++++++++++++++++++

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  3. sua idiota como você acaba o capitulo nessa parti você quer que eu morra serio eu vou cair dura no chão de curiosidade,argh.

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  4. Maaaaaaaais essa web é PERFEITAA!!

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  5. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA COMECEI A LER HOJE. VOU PRO CAP. 8 TA MUITO PERFEITO

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