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29/11/2011

"O Melhor pra Mim"


Capitulo 7

– Infelizmente, ninguém é melhor que você.
Terça-feira, dia 3 de Novembro, 7:28, atrasado pra primeira aula.
Arthur:
- Você é uma idiota, sabia disso? – perguntei à Carla , que andava ao meu lado, ouvindo Miley Cyrus ou alguma outra robôzinha da Disney no iPod e olhava para cima, avoada. – Vir morar aqui só vai prejudicar sua educação… Não é só por que o irmão mais velho fez que você tem que fazer também!
- Cala boca, Thur. – ela pediu. – Eu já tenho 16 anos, sei muito bem me cuidar sozinha.
- Se cuidar sozinha eu sei que pode, mas se vestir sozinha já é outra história… – olhei para ela de cima à baixo. Ela usava uma mini-saia verde escura, um All Star branco de cano médio e um blusão rosa. – Tá parecendo uma retardada.
Ela parou de andar e eu continuei.
- Vamos logo, eu já estou atrasado e preciso fazer sua matrícula, se não mamãe me castra.
Virei-me para trás. Carla se olhava embasbacada.
- Meu Deus! – ela murmurou, perplexa. – Eu estou parecendo mesmo uma retardada! Eu não posso aparecer assim na frente dos outros! – ela levantou os olhos estilo gatinho do Shrek pra mim. – Me ajuda, Thur!
- Tá me chamando de veado? – perguntei, num sussurro quase inaudível. – Como eu posso te ajudar com a sua roupa?
- Por favor, Thur, não precisa se fazer de machão na minha frente, eu sei que você é louco por rou…
Tapei sua boca com força, antes que terminasse a frase. Olhei em volta e suspirei aliviado. Ninguém que eu conhecia passava por ali.
- Eu te ajudo se você calar essa sua boca grande, gorda e… Grande! – exclamei, puxando-a pela mão para atrás do prédio da pré-escola, onde sabia que ninguém ia. Só alguns casais pra se pegar, mas ninguém curte se pegar às 7:28 da manhã com aquele gostinho de bafo matinal.
- Antes de tudo, se você contar à alguém que eu sou bom com roupas e essas coisas, vai morrer virgem. – “Assim espero” pensei. – Segundo, tira essa blusa. – ordenei, puxando o zíper e revelando uma regata preta básica por baixo. – Hm… Nada mal… Agora, me dá seu lápis de olhos. – ela me entregou, pegando-o na bolsa azul escura. Agachei-me e desamarrei seu All Star, transformando-o em um tênis de cano baixo. Então peguei seu lápis e fiz alguns desenhos no tecido branco. Levantei-me e a observei novamente. – Preto, verde, branco e preto, bolsa azul e preta… É, melhorou. – falei comigo mesmo. Depois com ela. – E trate de esconder essa blusa na bolsa e depois queimá-la.
Ouvi algo se mexer ao meu lado. Virei meu rosto e não encontrei nada. Achei esquisito, mas estava tão nervoso com minha irmã que não me importei. Saí de trás do prédio com ela nos meus calcanhares. Agora os caras que passavam por mim me comprimentavam e olhavam para os seus peitos no decote princesa.
“Droga!”, pensei, “Deveria ter deixado como estava…”
Estávamos quase chegando ao prédio da secretaria quando eu ouvi novamente algo se mexer nos arbustos. Olhei rapidamente para o lado e eles pararam de se mexer. Olhei para o chão e vi um chaveiro preso nos últimos galhos.
- Carla , vai na minha frente, eu já te alcanço. – pedi a ela, que não pensou duas vezes, principalmente porque Bernardo, um loiro do segundo ano, não tirava os olhos dela. Quando ela sumiu de vista, agachei-me e peguei o chaveiro. Nele estava escrito: “Clara Blanco, produtora musical”.
Várias perguntas se formaram na minha cabeça. A mãe de Lua era produtora? Ela deixara o chaveiro cair de propósito porque queria me ajudar? Sua mãe iria ajudar o Phoenix?
E a mais importante de todas: Lua estava me seguindo?

Continua...


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