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15/12/2011

"O Melhor pra Mim"


Capitulo 106


Segunda-feira, dia 16 de Novembro, 12:24, auditório do Elite Way.
Guys:
-Arthur tenho certeza que ela não fez por mal. - Pedro disse, me seguindo onde quer que eu fosse. Meus amigos já tentavam havia algum tempo levantar meu astral. Não estava dando certo. - Ela só queria, sei lá, ver se você gostava mesmo dela.
- Quebrar a perna já não é uma porra de uma declaração de amor? - perguntei, áspero, mexendo na mesa de som. A festa já estava no final - ainda mais com o desaparecimento da organizadora - e o DJ guardava os aparelhos no carro. Alguns alunos persistentes ainda estavam no salão, bêbados. A diretora fazia vista grossa, mas não poderia fazer nada; apesar de ser dentro da escola, era um evento onde seu poder era inútil.
Ao longe avistei Eric conversando com duas garotas. Um ‘clic’ ecoou pela minha cabeça e eu deixei meus amigos de lado, indo até ele. Não sabia direito o que eu queria com Eric g, mas sentia que deveria ir até lá.
- Eric. - chamei, depois de atravessar o salão.
Ele tirou os olhos dos peitos das meninas com quem estava conversando e me encarou, deixando escapar um sorrisinho de vencedor.
- Diz aí, Thur. Como anda a sua mina? Ainda tá afim de mim?
- O que ela te disse? - perguntei, e ele se fez de desentendido. - Quando foi pedir aquele… Favor a você. O que ela te disse? - como ele ficou em silêncio, me olhando, completei com: - O que ela te disse, porra?
- Nossa, mas que violento! - ele exclamou, rindo. - Meninas, vocês nos dão licença?
Suas amigas foram embora rindo e ele se apoiou na parede, analisando-me de cima a baixo.
- O que eu ganho em troca?
- Hã?
- O que eu ganho em troca se te contar o que ela me disse? - ele repetiu.
- Um “vai se foder seu filho da puta” serve? - perguntei, perdendo a paciência.
- Engraçado, foi isso que você me disse quando eu, acidentalmente, te empurrei da trilha. - ele sorriu, e eu quase enfiei a mão na cara dele. Só não o fiz porque a diretora nos observava. - Tenho que admitir que ver você rolando aquela ribanceira foi o auge da minha vida. Claro que eu não esperei que você fosse se quebrar todo, mas…
- O que você quer em troca? - o cortei, sem paciência para aquele papinho.
- Ah, nada de mais… - ele deu de ombors. - Quero o telefone daquela morena gostosa que você pegava. Pérola, não é?
- Com todo prazer. - sorri. Ah, as ironias do destino… - Anota aí.
Passei o celular a ele, que parecia uma criança na véspera do Natal.
- Bom, se quer mesmo saber - ele enfiou o celular no bolso da calça depois de terminada a transição. -, ela disse que precisava de mim para te fazer ciúme.
- Isso eu sei. Eu quero que você me diga exatamente o que ela te disse. - pedi, impaciente.
- Ah, bom… - ele coçou a nuca, pensativo. - Não lembro exatamente, mas ela disse algo como “Eric, preciso de um favor seu. Faço todos os seus trabalhos até o final do ano se você fingir estar interessado em mim”. Aí eu disse a ela que não seria tarefa muito difícil, com aquele rostinho lindo, então ela disse “Vai se foder, Eric!”, e eu perguntei quem eu deveria deixar com ciúmes, então ela disse “Arthur Aguiar, quem mais seria? Vai me dizer que você ainda não ficou sabendo que nós… Hm… Estamos juntos…?” então eu ri e perguntei porque ela queria que eu fizesse ciúmes em você, e ela respondeu “Porque aquele babaca filho da mãe me traiu com a Pérola”, então eu concordei e nós apertamos as mãos.
- Só isso?
- Só isso.
Encarei o chão.
- Se você quiser que eu tome conta dela é só avisar. Eu estava mesmo pensando em passar lá na casa dela mais tarde pra cobrar meus trabalhos feitos. - ele disse, venenoso.
Deixei meus ombros caírem e o ignorei. Virei as costas para ir embora. Aquilo não me servia de nada. Eu nem sabia o que estava procurando, mas definitivamente aquilo não me servia de nada.
No fundo acho que eu gostaria de ouvir algumas palavras de compaixão vindas dela. Algo que me fizesse sentir que sua mentira fora só uma forma de imaturidade, e não um meio de me magoar, e aquilo não me ajudava em nada.
Quando estava mais ou menos no meio do salão, Eric me surpreendeu ao gritar pra mim:
- Bom, se é útil pra você de alguma forma, antes de ir embora ela disse “Não quero que você chegue perto dele. Isso é entre eu e você. Deixe o Thur fora disso. E se eu souber que ele teve algum problema relacionado a você eu corto o seu pênis fora com um alicate de unha”.
Abaixei o rosto, sorrindo. Sim. Era aquilo que eu precisava ouvir.

Continua..


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