Web's Concluídas

05/12/2011

"O Melhor pra Mim"


Capitulo 58


Quarta-feira, dia 11 de Novembro, 14:32, parque Cloverfield.
Thur:
Eu estava me sentindo um babaca. Na verdade, eu ficava repetindo várias vezes na minha cabeça “você é um babaca, você é um babaca, você é um babaca”. E, bom, se você pudesse me ver, parado em pé com um rosa na mão no meio de um parque, você também pensaria “nossa, olha aquele babaca parado ali com uma planta na mão”.
Mas, bom, eu tinha que agradecê-la de algum jeito. Só tinha a ligeira impressão de que ela não gostava de flores…
Cansei de esperar em pé e me sentei nas raízes da árvore onde havíamos ficado no domingo. Coloquei a flor no chão e apoiei-me no tronco, tirando meus fones de ouvido.
Olhei para frente e a avistei através dos meus óculos de sol. Mesmo de uniforme, mesmo com o cabelo preso, mesmo com os olhos rebocados de lápis, ela estava linda. Ela sempre fora linda, só eu não havia percebido.
- Desculpe, o taxista demorou três horas pra trocar meu dinheiro… - ela chegou se desculpando. Levantei-me, antes mesmo que ela pudesse me cumprimentar, e a puxei pela cintura, beijando-a.
Ela cheirava limão.
Por que estava sempre cheirando tão bem?
Beijamo-nos por vários minutos, como se o mundo em volta não existisse. E, na verdade, só paramos porque ouvimos comentários não muito agradáveis, se não teríamos continuado. Abri os olhos devagar, encontrando os dela fechados.
- Obrigado por hoje. - murmurei em seu ouvido.
- Eu que deveria agradecer. - ela sorriu, com os olhos fechados. - Não precisava ter me defendido.
- Eu sei que não. Só queria te provar que podia.
- Você pode ter e provar tudo, incrível, Arthur Aguiar. - ela encostou sua cabeça em meu peito.
- Então por que eu tenho a impressão de que você ainda não é minha? - perguntei, e ela riu.
- Porque eu não sou de ninguém. Sou só minha.
- Então teremos que trabalhar nisso. - disse, nos separando para poder olhar em seus olhos, que acabavam de se abrir. - Pra você. - agachei-me e entreguei a rosa para ela, que sorriu, mostrando seu piercing no freio da língua.
Tinha certeza que todos os bad guys da escola, que ficavam pelos cantos escrevendo poemas, batiam uma pensando em Lua à noite.
Certeza!
- Valeu, Thur. Vou guardar com carinho.
- Bom mesmo. - respondi, apontando para a árvore. - O que acha de ficarmos por aqui hoje? Como no domingo?
- Eu adoraria. - ela me deu um beijo no rosto, sentando-se nas raízes da árvore. Sentei-me atrás dela, com uma perna de cada lado, e ela se apoiou em mim, me olhando de ponta-cabeça.
Beijei sua testa e ela beijou meu queixo.
- Thur, posso te fazer uma pergunta? - ela encostou sua cabeça e meu peito, observando um cachorro que corria atrás do próprio rabo.
- Pode.
- O que nós somos?
Apoiei meu queixo em sua cabeça, olhando para o céu.
Aquela era uma ótima pergunta.
- Posso te fazer uma pergunta antes de responder?
- Pode.
- Você tá curtindo ficar comigo?
Ela jogou a cabeça para trás, me olhando.
- Sim. - admitiu, voltando a cabeça para frente.
- Isso responde sua pergunta. Somos o que quisermos ser. - concluí, beijando sua nuca.
Continua...


Nenhum comentário:

Postar um comentário