Capitulo 111
Segunda-feira, dia 16 de Novembro, 14:27, hospital.
Girls:
Ele não havia me respondido. Nem dado sinal de vida.
Maldita hora que esqueci meu celular atrás do arbusto em que observava sua casa.
Meu pai andava de um lado para o outro, afundando o chão da sala de espera. Quando cheguei - com Sophia, Mel e Rayanna - Clara já estava no quarto. Em poucos segundos eu finalmente seria irmã mais velha.
Eu suspeitava que meu pai e Clara já sabiam se era menino ou menina e não queriam me contar. Se minhas suspeitas fossem verdadeiras eu poderia dizer que tinha os pais mais maldosos do universo.
- Pai, pare de andar em círculos, isso não vai fazer você ser pai mais rápido. - virei os olhos, estressada. Onde estava Arthur? Não era agora que ele entrava pelas portas do hospital com um buquê de rosas e me pedia em casamento? Os filmes românticos não eram assim?
Meu pai me ignorou e continuou andando. Olhei para o lado com o cantos dos olhos e observei Sophia, Mel e Rayanna cochicharem.
- É, eu sei que ele não veio. Vocês não precisam cochichar. - murmurei, encostando a cabeça na parede fria.
- Ah, querida, não fique assim. Talvez ele ainda esteja em choque! - Rayanna deu dois tapinhas no meu ombro.
- É! A qualquer momento ele vai entrar por essa porta e dizer que te ama! - Mel sorriu.
- Ele nem sabe que eu estou aqui. - murmurei.
Elas suspiraram. O celular de Sophia estava sem bateria e Mel e Rayanna haviam esquecido os seus em casa com a pressa toda da situação, afinal de contas, elas adoravam Clara. O celular do meu pai estava dentro da bolsa do bebê, dentro do quarto que nós não podíamos mais entrar e os telefones do hospital não faziam ligação para fora. Não tinha mais ninguém na sala de espera além de nós e a enfermeira atrás do balcão não me deixou usar o telefone dela.
Estávamos totalmente incomunicáveis.
- Eu mandei uma mensagem para o Micael antes da bateria acabar, ele deve estar vindo pra cá e vai avisar o Thur! - ela tentou me acalmar.
Mas lá no fundo eu sentia que ele não estava nem aí. Que acabar tudo era o melhor. Que eu não o merecia mesmo.
Suspirei. Vida cruel…
Continua..
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