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03/12/2011

"O Melhor pra Mim"

Capitulo 41

Domingo, dia 8 de Novembro, 11:23, casa da Sophia.
Girls:
No dia seguinte, acordei às 9 horas com meu celular vibrando. Abri a mensagem de Sophia, que só continha uma palavra: “Beijei.”
Ri sozinha, guardei-o na gaveta do criado-mudo - pois meu pai não poderia saber que eu o estava usando - e voltei a dormir.
Acordei algumas horas mais tarde com Clara me balançando na cama. Ela me entregou o telefone e saiu do quarto. Era Sophia mais uma vez, pedindo para que eu fosse à sua casa. Resmunguei que iria e me levantei, meio sonâmbula. Tomei banho rápido, coloquei uma calça jeans skinny, uma camisa xadrez que havia comprado com Thur, calcei minhas papetes pretas e prendi meu cabelo molhado num rabo de cavalo. Se Thur me visse naquele estado me mataria, mas como ele não iria ver, eu estava pouco me ferrando. Avisei à Clara que estava indo para a Sophia, que era praticamente minha vizinha, já que morava no final da rua. Ela concordou e pediu para que eu não demorasse, pois meu pai havia saído cedinho para encontrar alguns amigos, mas deveria voltar pelo final da tarde. Fui a pé e cheguei em sua porta dois minutos depois.
Sua mãe atendeu. Ela estava com roupa de ginástica e os longos cabelos loiros presos num rabo de cavalo alto.
- Lu! Como vai? - ela perguntou, abrindo a porta para que eu entrasse. - A Soph está lá em cima.
- Valeu, tia. - eu disse, subindo os degraus da escada de dois em dois.
Atravessei o corredor e cheguei ao último quarto, onde plaquinhas de “não entre sem a minha permissão” estavam penduradas. Sem bater na porta, entrei no quarto, encontrando Sophia sentada em frente ao computador. Ela se virou na cadeira e sorriu. Joguei-me em sua cama e olhei pra ela.
- Conta. - pedi, sorrindo. Estava feliz por ela. Afinal de contas, Micael Borges sempre fora sua obsessão.
- Nós fomos comprar cerveja, certo? - ela começou, sem nem ao menos me dar “oi”. - Compramos e tudo mais, e voltamos para o churrasco. Aí ele pediu para que eu o ajudasse a descer os violões que estavam no seu quarto, então nós subimos. Sentei-me em sua cama e ele começou a procurar alguma coisa. Então ele achou um violão dentro do armário e sentou-se com ele ao meu lado. Acho que você já viu ele, é um todo assinado, vi sua assinatura lá.
- Ahã, ele levou para o estúdio, disse que era seu violão de estimação.
- Então, aí ele pediu para que eu assinasse e me entregou uma caneta. Assinei na mão e ele agradeceu, colocando o violão de lado. Então ele ficou me olhando, sem dizer nada. E eu ficava pensando “e aí, Micael, ou caga ou sai da moita!”. Mas depois de algum tempo, fiquei com vergonha de ficar olhando pra cara dele com cara de idiota e abaixei o rosto. Ele é tão lindo, pensei que fosse fazer alguma besteira se continuasse olhando pra ele…
“Sei muito bem como é isso…” pensei, mas permaneci calada, escutando o resto da história.
- Aí eu pensei que ele fosse levantar, contar alguma piada e descer pra encher a cara, mas ele só inclinou a cabeça e me beijou! Do nada! Foi tão fofo, Lu!
- Ooooown, que gay! - exclamei, e ela riu. - Mas e depois? Ele desceu e ficou longe de você ou vocês ficaram se amando?
- A gente ainda ficou um bom tempo lá em cima. Metade do tempo se beijando e a outra metade conversando. Aí quando resolvemos descer, ele pegou minha mão e nós fomos até a piscina. As pessoas ficaram olhando, principalmente aqueles amigos idiotas deles, o Michel, e a Kátia, aqueles idiotas, mas ele não soltou e ficou segurando minha mão! Então a Ray, que passou o churrasco inteiro se escondendo do Pedro, me chamou para ir embora. Aí ele me deu um selinho na frente de todo mundo e disse que ligava hoje.
- E ele ligou?
- Não, mas provavelmente ele está dormindo. - ela suspirou. - Mas me conta, o que aconteceu ontem? Thur tentou me explicar, mas ele estava brincando de virar tequilas e não estava no seu estado normal…
Relatei o que havia acontecido na noite anterior, sem tirar nem por, e Sophia ouviu tudo com atenção. Quando acabei, ela abriu a boca para comentar, mas meu celular gritando Feel Good Drag do Anberlin a atrapalhou. Fiz sinal para que ela esperasse e atendi, me arrependendo amargamente disso.
- Alô?
- Lua? - minha mãe chamou do outro lado.
- Oi, mãe. - respondi, fazendo uma careta.
- Eu estou indo para Rio , devo chegar em meia hora, estou indo com umas amigas, será que você poderia nos encontrar para almoçarmos juntas no Ritz?
- Claro. - respondi, fingindo que dava um tiro na cabeça, fazendo Sophia rir.
- E como andam seus planos de arranjar um par para o baile de inverno? - ela perguntou, e por um instante estremeci. Mas me lembrei que não precisava mais me preocupar com isso.
- Já arranjei um par, mamãe. - comentei, satisfeita.
- Que ótimo! Qual seu nome?
- Arthur Aguiar. - respondi, e Sophia riu.
- Aguiar? Da contabilidade Aguiar? - ela perguntou, surpresa.
- Sim. - respondi, me sentindo superior.
- Que bom! Então traga-o hoje para nosso almoço, ok?
- Mamãe, hoje não va… - comecei, mas ela me interrompeu.
- Beijos. - ela mandou, antes de desligar.
Droga, eu tinha que ter a boca do tamanho de um bueiro?

Continua....


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