Capitulo 69
Quinta-feira, dia 12 de Novembro, 14:07, Elite Way.
Thur:
- E foi isso que aconteceu. - terminei a narrativa, observando os olhos castanhos de Carla diminuírem. Depois de muito pensar em casa, resolvi ir buscá-la na escola, pois ela sempre fora minha voz da razão, e era bom ouvir o ponto de vista de uma mulher para variar. Estava meio alto, e ela percebeu, não me deixando dirigir e me fazendo parar o carro em frente à escola para conversar. - O que você acha que é? Vingança ou ela gosta mesmo do cara?
- Arthur, tá na cara que ela te viu e ficou puta. Aliás, se eu fosse ela nunca mais olharia na sua cara… - Carla comentou sombria. - Ou você acha que é legal ser feito de idiota?
- Pô, Carla, dá um desconto, a menina estava quase chorando! E ela é minha amiga desde sempre, sempre me apoiou, sempre esteve ao meu lado… Também não achei justo com ela… - expliquei, e Carla riu amarga.
- Você acha mesmo que ela só queria que você cumprisse uma promessa idiota? - perguntou. - Ela queria mesmo era foder com a sua relação. Por que você acha que ela pediu pra conversar com você no exato momento E lugar em que você havia combinado de se encontrar com Lua? Desculpe-me, Arthur, mas você foi muito idiota. Pérola pode ter ficado ao seu lado como acompanhante, mas nunca mexeu um dedo pra te ajudar, em nada. É a Lua que está realizando seu sonho e é ela que vai impedir o papai de te mandar pra um internato. E eu gostava tanto dela… - ela murmurou, sentida.
- Você nem conhecia ela! - exclamei incrédulo. Depois abaixei a voz, percebendo alguns olhares em cima de nós dois. – Porra, Carla, você poderia ter me animado um pouquinho pelo menos…
- Porra, Arthur! Mas você também poderia ter sido menos burro! Quem promete a uma garota apaixonada um beijo de despedida se “um dia se apaixonasse por outra”? - ela perguntou, visivelmente irritada, apoiando a bochecha na mão. Olhou triste para fora do carro, observando aquele garoto intercambista, Victor, conversar com duas meninas. - Além do mais, não estou no ânimo de te animar.
Bom, pelo menos eu não era o único com o coração partido.
- Ele pisou na bola também? - perguntei, curioso.
- Sim. Feio. Vocês não conseguem não ser idiotas?
- Não… - respondi, olhando para frente. - O que ele fez?
- O que ele não fez. Não me chamou para ir ao baile.
- Ele chamou outra menina?
- Não.
- Então ele ainda pode te chamar.
- Os ingressos acabaram. - ela disse, frustrada. Depois virou o rosto para mim. - Mas, de qualquer jeito, não estamos aqui para falar de mim, e sim de você. O que pretende fazer agora?
- Não sei. Pedir desculpas? - perguntei, indeciso.
- Sim, se você espera perdê-la, é uma ótima coisa a se fazer.
- Então o que eu devo fazer?
- Deve mostrar pra ela que está arrependido, de verdade. Além de explicar o que realmente aconteceu. Sério, Arthur, use sua criatividade. Eu sei que você consegue. - ela ironizou, dando um peteleco no meu nariz. - Você está em condições de ir para a casa?
- Até parece que você não me conhece. Eu dirijo melhor bêbado! - exclamei, fazendo-a rir.
- É, tá legal… Só não vai se matar, ok? Agradeço a carona, mas vou para a casa da Sarah fazer trabalho. - ela se inclinou para poder beijar minha bochecha. - Se cuida, Arthur.
- Você também, baixinha. - brinquei, e ela saiu do carro, batendo a porta.
Esperei ela atravessar a rua e se enfiar no meio de um grupo de meninas antes de ir embora. Carla sabia dar conselhos, e não era por menos que queria fazer psicologia. Era a razão em pessoa. Era uma pena estar sofrendo por um metido idiota importado da França.
Agora teria que bolar um jeito de fazer Lua me perdoar, só não sabia por onde começar…
Bom, teria tempo para pensar naquilo durante o ensaio.
Continua..
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