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07/12/2011

"O Melhor pra Mim"


Capitulo 65

Quinta-feira, dia 12 de Novembro, 13:26, campão.
Thur:
Minhas costas doíam de tanta pressão que estava fazendo contra o tronco da árvore. Não tinha para onde fugir… Eu não havia esquecido da promessa… Mas como eu poderia prever tudo que aconteceria na minha vida? Eu estava bêbado, pelo amor de Deus! Que tipo de pessoa acredita em promessas de um bêbado?
- Pérola, por favor… - murmurei, desesperado. - Não faz isso comigo.
- Arthur, você prometeu! - ela choramingou, com os olhos marejados. - Você sabe que a última coisa que eu queria era que isso acontecesse… Porra, eu amo você! E agora a única coisa que me resta é a sua promessa!
- Eu estava bêbado, Pérola! Bêbado! - exclamei exaltado. Ela abaixou os olhos, deixando algumas lágrimas caírem. Suspirei. - Me desculpe, não queria te fazer chorar… É só que… Você consegue me entender? Entende a sinuca que você me deixou?
- Tudo bem, Arthur… Se você não preza nada do que nós passamos juntos, eu não posso fazer nada… - ela levantou a cabeça, limpando as lágrimas. Deu dois passos para trás, ameaçando ir embora.
Fechei os olhos. Se eu parasse para pensar, ela era mesmo o mais próximo que eu cheguei de gostar de alguém. Era minha melhor amiga, minha ficante fixa. E agora eu havia tirado tudo isso dela. Se eu pudesse escolher, claro que não o faria, pois não queria magoá-la depois de todos aqueles anos de idas e vindas, de amizade. Mas o que eu poderia fazer? Eu estava apaixonado por outra pessoa! E acima de tudo eu não queria magoar Lua!
Agora ela estava ali, pedindo que eu cumprisse uma única promessa idiota para que ela pudesse seguir em frente.
Porque eu ainda bebia mesmo?
- Pérola, vem cá… - murmurei. Virei os olhos e puxei-a de volta.
- Você é mesmo um cara perfeito. - ela sussurrou, rindo.
Ela juntou seus lábios aos meus, ainda sorrindo. Segurei-a pela cintura, sentindo seu perfume doce. Seus cabelos  lisos caíram no meu ombro, e ela colocou as duas mãos em meu pescoço.
Beijei-a por alguns segundos. Era bom, com certeza era. Bom e conhecido. Mas não era quem deveria ser… Eu estava traindo a confiança de Lua, e algo me dizia que aquilo não morreria ali. Só de pensar em Lua vendo aquilo, um arrepio passou pelas minhas costas.
Fechei a boca, dando um selinho para terminar o beijo.
- Me desculpe, Pérola, você é ótima, e eu tenho certeza de que alguém muito melhor do que eu vai te encontrar e rir de mim por perder uma garota como você. Mas atualmente meu coração pertence à outra garota… - abri os olhos, encontrando os seus lindos olhos azuis fitando o chão. - Eu sinto muito.
Pérola mordeu o lábio inferior e olhou para cima, segurando as lágrimas.
- Ela tem muita sorte. Ser o primeiro amor de Arthur Aguiar… - então abaixou os olhos, dando de ombros. - Então acho que esse é o fim.
- Sim. - concordei, desapoiando-me da árvore. - Espero que ainda possamos ser amigos.
- Não sei se já estou preparada para isso… Mas quem sabe no futuro?
- Vou esperar ansiosamente por esse dia. - sorri, beijando sua testa carinhosamente.
Caminhei para longe dali. Assim que encontrei o Sol novamente, coloquei a mão em cima dos olhos, incomodado com a claridade. De longe pude avistar a mochila desenhada com arames farpados de Lua, e sorri.
Até sua mochila me fazia sorrir.
Era claro que contaria para ela. Era a primeira coisa que iria fazer. Explicaria a promessa e pediria perdão. E se ela não me perdoasse não a deixaria em paz até que o fizesse.
Corri até sua direção. Quando estava perto o suficiente para que ela pudesse me ouvir, chamei:
- Lua! - como ela não esboçou nenhum tipo de reação, pensei que não tivesse me ouvido. - Lua! Atrás! - gritei mais alto, fazendo-a parar no lugar. Caminhei até ela, que se virava lentamente. - Oi, me desculpe, tive que resolver algumas coisas e…
- Eu não posso fazer isso. - ela murmurou, me cortando. Olhava o chão, estática. Levantei a sobrancelha. Quê? – Olha, Arthur, você é um cara legal e tudo mais, mas eu… Eu não posso ficar com você.
- Como assim, Lua? Estava tudo bem até hoje de manhã! - exclamei, exasperado. Será que ela… Será que ela havia visto alguma coisa? Apressei-me em me explicar. - Lua, se você viu alguma coisa agora, eu posso explicar. Eu havia prometido à Pérola que…
- Não é nada disso. - ela subiu o olhar, me encarando. - Eu… Eu gosto de outra pessoa.
- Você o quê?
Continua....


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