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24/12/2011

"Merry Christmas With McFLY"


Prólogo e Capitulo 8

Dezembro. Ele novamente tinha aparecido, e com ele as lembranças boas entre mim e Arthur. As lembranças incríveis de nossos três Natais juntos. As lembranças marcantes. O problema é que essas lembranças terão uma nova companhia não muito agradável. Uma lembrança que eu queria esquecer; queria apagar da minha memória. Queria voltar no tempo e impedir que ela acontecesse. Foi naquele dezembro agonizante que eu conheci o inferno na terra, pagando assim por todos os meus pecados do jeito mais terrível. Eu fui tirada dele e ele de mim naquele dezembro e eu ainda não sei se vou conseguir tê-lo de volta... 


Capítulo 8

Voltando de mais um dia de trabalho na loja de roupas que seu pai havia aberto no shopping, Lua caminhava com algumas sacolas em mãos. Resolveu parar no supermercado que lá havia e comprar um vinho e algumas coisas para uma macarronada. Ela prepararia um jantar incrível para ela e o noivo como uma oportunidade pra que fizessem as pazes. Odiava a situação em que os dois se encontravam, sem conversar um com o outro por causa de uma briga, assim como dois adolescentes. Riu de seu pensamento e voltou a bolar cada passo para aquela reconciliação, pensando em como o abordaria em sua casa no momento em que ele chegasse do trabalho.

Não muito longe dali, em um carro preto estacionado, dois homens conversavam ansiosos. Na verdade, apenas um deles estava ansioso, o outro estava na com medo. Medo do que os dois estavam prestes a fazer.
- Ta preparado, “fera”? – O mais baixo, com roupas repugnantes e expressões faciais que causavam arrepios a quem olhasse, se pronunciou em cochichos. O outro apenas concordou com a cabeça, esfregando as mãos que suavam no seu jeans surrado. – Ótimo! Porque ali tá a florzinha – disse esnobando um sorriso maléfico ao encarar a mulher que passava sozinha na calçada do outro lado da rua. – “Vamo” colher ela logo desse jardim. – Soltou uma pequena gargalhada de sua piada sem graça e colocou a meia calça que cobriria seu rosto. O outro respirou fundo e fez o mesmo, rezando para que Deus o perdoasse e para que eles não fossem pegos.
Girou a chave que já se encontrava em seu local e ligou o carro, dando a volta na rua e indo para o lado da calçada que Lua se encontrava. Já o outro preparava a solução que faria com que Lua desmaiasse em questão de segundos.

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Já deveria se passar das nove horas da noite. Lua nunca ia andando no retorno do trabalho,Arthur sempre a buscava, mas naquele dia não teve jeito. Eles ainda não estavam conversando e o pai de Lua tinha que ficar na loja até o final do expediente. Conferir caixa, fechar a loja, dar uma geral; essas coisas normalmente os faziam ficar lá até as dez e meia da noite, horário esse que normalmente Arthur estava indo pra casa, ou até mesmo quando ele saía cedo do trabalho com a banda, passava lá e os ajudava para que acabassem mais rápido.
Por causa do jantar que estava planejando, Lua saiu mais cedo para que pudesse preparar tudo antes de Arthur chegar. Teria que fazer o trajeto do shopping até o metro a pé mesmo, e ela não estava nem um pouco preocupada com isso. A rua podia ser deserta, mas era bem iluminada. Seria só alguns minutos, o que poderia acontecer de ruim?
Ela mudaria aquele pensamento naquela noite. O ruim estava prestes a acontecer.

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Andavam com o carro bem devagar, a luz do farol desligada, apenas observando o melhor momento de agir. O motorista esperava as ordens de seu “chefe” que lhe daria o sinal de quando arrancar e encurralar a mulher, que por sinal não reparou no carro lhe seguindo. Culpa dos fones de ouvido que tocavam com fervor as músicas do McFLY. Ao ver que não havia nenhum sinal de movimento na rua, nem de pessoas ou de carros, o chefe deu o sinal que o motorista estava aguardando.
Ele arrancou com o carro e em segundos virou o mesmo na calçada em frente à Lua, que deu um salto assustada. O outro prontamente abriu a porta do passageiro deixando Lua completamente confusa. Ela achou primeiramente que era um acidente, mas agora estava se vendo em um daqueles filmes policiais de Hollywood. Seus olhos se esbugalharam quando viu o cara mascarado se aproximar dela num segundo.
“Ai meu Deus, é um assalto!”, pensou ingenuamente. Mas o homem em sua frente nem sequer abriu a boca para dizer algo, apenas levou sua mão que continha o pano com o líquido que a desmaiaria e forçou contra sua boca e nariz. Lua começou a se debater tentando gritar com o coração quase saindo do peito, ou talvez acerta-lo em cheio com o pouco de defesa pessoal que Harry lhe ensinara.
Foi inútil todo o esforço.
Suas compras caíram no chão; os fones já não estavam mais em seu ouvido. A voz de Arthur cantando desapareceu. O barulho da garrafa de vinho se quebrando foi o ultimo som que ela escutou. Todo o esforço só ajudou para que ela desmaiasse mais rápido.
Assim que teve certeza que ela havia desmaiado, o homem chamou o capanga para que o ajudasse a colocá-la no banco de trás. Ele abriu a porta enquanto o chefe segurava Lua de maneira desajeitada por causa do peso. O outro pegou Lua pelas pernas ajudando o chefe e a colocando no banco de trás, deitada de qualquer maneira. Entraram novamente no carro e o motorista deu ré, tirando o mesmo da calçada e recolocando na rua, arrancando com ele em seguida.
- Enfim com a florzinha. – O outro gargalhou fazendo o motorista arrepiar. – O nosso pequeno pote de ouro!

Continua..


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