Capítulo 9
Aguiar estava exausto. Tinha tido um dia bem cansativo, e também o fato de estar brigado com sua noiva já deixava seu dia horrível. O fato dos jornais terem descoberto o acontecido só piorou as coisas. Estava sendo tachado de “louco ciumento”, coisa que ele foi na situação, mas dizerem que sua noiva tinha dado razão a tal loucura, que ela poderia estar o traindo para tal reação, deixou ele furioso. Lua não havia feito nada, na verdade, e provavelmente ela não havia visto os jornais ainda; o que de fato era um alívio para Arthur. Ela enlouqueceria, assim como ele, e talvez sua ira caísse em cima dele.
Entrou em casa e viu tudo escuro, tudo do jeito que ele havia deixado quando saiu de manhã. Lua não apareceu por lá, e ele não a culpava. Teria que ir atrás dela aquela noite; não estava suportando o aperto em seu peito, a saudade que matava. Era apenas um dia,Arthur não entendia porque estava assim, mas imaginava que a culpa estivesse influenciando os seus sentimentos.
Pegou o telefone sem-fio em mãos e se jogou no sofá. Discou o número rapidamente e escutou o telefone tocar apenas uma vez. A voz que atendeu não foi a que ele esperava.
- Alô? – A voz de Mel ecoou nos ouvidos de Arthur deixando seu coração um pouco mais calmo. Só de imaginar conversar com Lua, seu coração já saía do ritmo.
- Oi Mel, tudo bem? – Arthur ouviu um suspiro do outro lado e a resposta demorou bastante tempo pra chegar. – Mel? – perguntou, achando que a ligação poderia ter caído.
- Ah. Desculpa, Arthur. Eu não to muito bem – disse com a voz embargada pelo choro.
- Por quê? Problemas com o Suede? – ele falou deitando de lado no sofá.
- Também, mas não é por causa disso. É a Lua – Mel disse em um cochicho praticamente inaudível, mas Aguiar escutou bem e sentiu seu coração voltar a bater forte.
- O que aconteceu? É por causa da nossa briga? Por causa do que os jornais publicaram? – ele disparou a perguntar temendo a resposta. O medo que ela estivesse com ódio dele era enorme. Ele morria só de pensar em perder aquela mulher.
- Não a todas as perguntas. – Arthur sentiu um alívio momentâneo, mas depois voltou a se preocupar. O que seria afinal?
- Então o que é, Mel, me diz? – perguntou se sentando no sofá. O outro lado ainda estava mudo. – Mel! – Aumentou seu tom de voz com o pouco de desespero que lhe invadia. Ele começara a sentir que a resposta não seria nem um pouco boa.
- Ela... Foi sequestrada. – Mel começou a soltar pequenos soluços do outro lado, enquantoArthur estava paralisado. Os olhos se encheram de lágrimas automaticamente e começaram a escorrer pelo rosto assustado de Arthur Aguiar. – Arthur? – Ela cessou seus soluços e ficou escutando a resposta que não vinha. – Arthur, Billy deve estar chegando aí. Eles querem negociar apenas com você. – Aguiar fechou os olhos com força deixando várias lágrimas caírem abruptamente e respirou fundo engolindo um soluço que se formava em sua garganta.
- Por que comigo? – perguntou já imaginando a resposta.
- Não faço ideia, mas foi uma das exigências do cara. Pediu seu numero de telefone e disse que ligaria aí à meia noite. – Arthur pegou seu celular e encarou o relógio do mesmo, 22h49m. Escutou a campainha ser tocada e deduziu, pelo desespero nos toques, que Billy estava ali.
- Mel, Billy chegou aqui. Vou desligar. – Ele se levantou, caminhando até a porta.
- Arthur? – Ele sibilou um ‘hum’ pra que ela continuasse. – Não deixa eles fazerem nada com a minha amiga – ela sussurrou, com o choro presente em sua voz. Arthur sentiu o coração apertar só em imaginar algo do gênero.
- Não vou deixar, Mel. – Era uma promessa tanto pra ela como pra ele mesmo.
Desligou o telefone e abriu a porta de casa, vendo Billy com uma cara nada boa. Ele entrou na sala e Arthur fechou a porta, sendo surpreendido pelo abraço do Billy. Talvez pelo choque de Billy estar desabando em seu abraço que Arthur não chorou. Ele era o pai dela e deveria estar morrendo por dentro com tudo isso.
Soltaram-se do abraço e Billy andou até o sofá, sentando de cabeça baixa e escondendo o rosto molhado pelas lágrimas. Arthur sentou ao seu lado preparando-se mentalmente para não desabar.
- Eu liguei pra sua casa. A Mel me contou... Eu... – Arthur travou quando Billy o encarou. Sentiu seus olhos arderem. – Como isso aconteceu? – Billy respirou fundo e enxugou as lágrimas de maneira desajeitada.
- Ela saiu mais cedo da loja, queria fazer um jantar pra você, pra que se reconciliassem... – ele parou de falar espremendo um soluço entre as mãos e deixando de encarar o Aguiar. – Imagino que no trajeto a pé até o metrô que eles a pegaram. Já deveriam estar vigiando ela. – Ele colocou a cabeça entre as mãos e começou a balançá-la freneticamente. – Eu deveria tê-la trago até aqui! É tudo culpa minha! – Voltou a chorar compulsivamente.
Arthur sentiu seu coração se quebrar. Ela queria fazer as pazes com ele. Ao contrário do queBilly pensava, a culpa era dele. Foi ele que brigou com ela, foi por isso que ela saiu mais cedo da loja, e por estar a pé e sozinha foi sequestrada. Se algo acontecesse a ela ele jamais se perdoaria.
Continua...
oi , sabia que é a 4º vez que eu leio essa web e em todas as vezes eu chorei nos mesmos capitulos , a web é linda , maravilhosa parabens acho que essa web foi a unica que 20 capitulos me fez chorar 10 vezes
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