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24/12/2011

"Merry Christmas With McFLY"



Capítulo 10

Lua sentiu a cabeça doer. Estava com os olhos fechados, mas podia sentir uma claridade vinda ao longe. Abriu os olhos e se assustou ao ver onde estava. O quarto era podre, todas as paredes estavam descascadas e com mofo. Ela estava deitada em uma cama velha, com um colchão desconfortável e fedido. 
Seus olhos percorreram o quarto e viram que, além da cama, havia uma porta, que ela podia ver um banheiro velho e nojento lá dentro. Uma pequena janela de madeira estava à sua frente, completamente trancada com algumas tábuas de madeira pregadas. Olhou de onde a claridade vinha e viu os dois homens sentados em uma mesa velha, no que seria a cozinha do lugar. 
Tentou se levantar, para sua surpresa viu suas mãos amarradas à cabeceira da cama. O máximo que ela conseguia era ficar sentada. Começou a ter flashes do acontecimento na calçada da rua e teve um espasmo de desespero. Ela havia sido sequestrada. Tinha que dar um jeito de sair dali. 
Começou a puxar seus braços, colocando toda a força que conseguia para quebrar as amarras que lhe prendiam à cama. Começou a investir com tanta força que a cama velha começou a ranger, chamando a atenção dos sequestradores. 
- Olha só! Se não é a florzinha adormecida. – O mais baixo, que havia feito ela desmaiar, se levantou da cadeira e se dirigiu à entrada do quarto. Lua parou de investir nas amarras, já sentindo seus pulsos arderem. Encarou o rosto do homem, tentando gravar na memória todos os seus traços para fazer um retrato falado depois que fosse solta. Se isso ocorresse. 
Ele sentou na beira da cama com um sorriso diabólico que fez todos os pelos de Lua se eriçarem com o medo que lhe invadiu. Sua mão suja e áspera pegou o queixo de Lua com força, espremendo suas bochechas e fazendo a garota encará-lo à força. 
- Gostou da hospitalidade, doçura? – Soltou um riso ao ver a cara de nojo de Lua. – Daqui a pouco eu vou ter uma conversinha com o seu noivo. Espero que não se incomode em ficar com o bico fechado enquanto eu faço isso, se não eu mesmo vou ter que fechar essa tua boquinha linda. – Ele aproximou sua boca nojenta da dela fingindo um beijo e se afastando. 
Empurrou com força a mão que estava no queixo dela fazendo com que ela caísse deitada na cama. Viu o outro cara se aproximar e entrar no quarto enquanto o outro se levantava da cama. 
- E nem tente fugir! – Gargalhou, virando de costas. – Como se você pudesse fazer isso! – Começou a andar para sair do quarto. – Fica de olho nela – ordenou ao outro que concordou com a cabeça enquanto ele finalmente deixava o lugar. 
Lua sentiu os olhos arderem só de lembrar de Arthur. Queria estar em casa com ele naquele momento; queria que nada disso estivesse acontecendo. É muito sofrimento para apenas dois dias. Percebeu que estava chorando e tentou limpar as lágrimas com o braço, já que suas mãos estavam amarradas. O outro cara olhava para ela de longe, encostado na parede. Seu rosto era bem mais amigável aos olhos dela; pelo menos ao olhá-lo ela não sentia arrepios de medo. 
- Você parece com fome – ele disse baixo e Lua o encarou com uma sobrancelha erguida. Voltou a encarar seus joelhos. – Se não quiser falar comigo, tudo bem. Eu só estava tentando ser gentil. – Ele cruzou os braços em volta do peito e Lua ficou abismada. Encarou o sujeito. 
- Gentil? Você me sequestrou, quanta gentileza! – ela também disse baixo, de maneira rude. O homem se sentiu ruim por dentro. 
- Eu não quero machucá-la, só preciso do dinheiro do resgate! – disse sincero, deixando Lua em dúvida. 
- E o que ele quer? – Ela apontou para fora do quarto. – O resgate também? 
- De verdade, eu não sei dizer. Ele só pediu para que eu o ajudasse no sequestro. Disse que me daria a metade da grana, mas seus planos reais, o que ele pretende fazer, ele não me contou. – Ele se aproximou devagar e sentou na beira da cama, do lado oposto ao que Lua estava. Ela respirou fundo, se achando louca por estar acreditando em um sequestrador. Isso poderia ser uma armação, mas algo dentro dela dizia que ele era sincero. 
- Acho que vou aceitar algo pra comer – disse, sentindo o estômago vazio reclamar mais uma vez. Ele lhe sorriu e concordou com a cabeça, levantando e saindo do quarto. 

# 

- Só temos isso, por enquanto – disse entregando a Lua um prato com um pedaço de pão e um copo de leite com café. Lua fez careta ao leite com café, não gostava muito da mistura, mas resolveu não reclamar, afinal, ela não estava em nenhuma condição de exigir algo. – Amanhã vou ver se o convenço a comprar mais pão e algo decente pra você beber. – Ela lhe sorriu e se concertou ao máximo para que suas mãos pudessem alcançar sua boca, sem sucesso. 
- Acho que não vou conseguir comer amarrada. – O homem concordou com a cabeça e sentou mais perto dela na cama. 
- Desculpe, eu não posso soltar você. Ordens dele. – Ele apontou pra fora do quarto. – Mas posso te ajudara comer, se não se incomodar. – Lua concordou com a cabeça e entregou ao homem o copo de leite e o pão. Ele colocou o pão perto da boca dela para que ela mordesse, depois colocou o copo de leite de forma que ela conseguisse beber. 
- Como você se chama? – ela disse antes que ele colocasse outra vez o pão em sua boca para que ela mordesse. 
- Jefferson. Ou Jeff, se você preferir. – Ela mordeu o pão e mastigou, bebendo o leite em seguida. – E você? – Ele perguntou quase fazendo Lua engasgar. – Opa, cuidado! – Eles riram enquanto ela terminava de mastigar e engolia. 
- Você não sabe? – Ele negou com a cabeça. – Como você sequestra uma mulher e não sabe o nome dela? – Ele sorriu, dando de ombros. 
- Não fui informado dessa parte, só sei que você é noiva de um cara rico. – Ela balançou a cabeça livrando de seu pensamento as lembranças de Arthur, que a fariam chorar. 
- Sou Lua. Ou Lua, se você preferir. – Ele sorriu com a imitação da frase e continuou a colocar o pão perto de sua boca para que ela mordesse. 

Continua...

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