- Gostando da festa Lua? – Arthur perguntou sentando-se à mesa onde a Lua estava sozinha. Já eram umas 3h da manhã e Billy tinha ido embora já que o Arthur prometeu levar as garotas pra casa. Mel eChay estavam dançando animadamente no meio da pista e a Lua só estava observando os dois. Estava tão feliz pela Mel. Pelo que parecia, não ia demorar pro Chay chegar nela.
E Arthur, só estava observando a Lua de longe. Ele tinha que dar um pouco de atenção aos convidados já que a casa era dele e ao mesmo tempo resolver os problemas de penetras, entre outros. Ele estava louco pra poder ficar perto dela sem ninguém pra atrapalhar, e não havia oportunidade melhor do que aquela.
- To sim. – Ela resolveu não olhá-lo. Sabia que se o fizesse, perderia o ar no mesmo segundo. Arthur aproximou sua cadeira da dela, arrancando da Lua batidas cada vez mais aceleradas do seu coração.
- Isso é bom. – Ele disse no ouvido dela provocando arrepios dos pés à cabeça na garota.
Ela não conseguiu e virou-se para olhar o Arthur nos olhos. Arrependeu-se no mesmo segundo depois de perceber o tanto que ele estava próximo dela, fazendo com que seus olhares fixos tivessem uma nova direção, a boca da Lua.
- Sr. Aguiar, desculpe interromper, mas há mais um penetra querendo invadir a festa Sr. – Arthur respirou fundo ao ouvir a voz do segurança. Olhou nos olhos da Lua ainda sem mover um músculo. Ela sorriu fraco, não sabia o que estava acontecendo ali, mas também não queria que ninguém viesse atrapalhar aquilo.
Arthur sorriu também e se afastou, sem muita vontade. Antes de se levantar, resolveu que não poderia perder a oportunidade, então roubou um selinho rápido da Lua, que ficou imóvel, e saiu em direção a porta da casa.
Three years later...
- Lua, anda logo aí e pega seu casaco que ta frio aqui fora. – Arthur me chamou do lado de fora da casa dele. Olhei-me no espelho novamente, colocando meu casaco e indo em direção a porta onde umArthur impaciente me aguardava.
- Pronto Aguiar. Que impaciente é você né? – Ele bufou do meu comentário e fechou a porta de casa.
- Todo ano é a mesma coisa. Você sempre fica horas na frente do espelho nesse dia. – Ele passou o braço por meus ombros. Eu sorri.
- E você fica aqui fora me gritando já sabendo que eu vou demorar. – Ele sorriu reto, demonstrando o pouquinho de raiva que ainda sentia. Claro que não vai durar mais que um minuto.
- Mas é que você sabe que hoje é um dia diferente e mesmo assim faz hora naquele espelho. – Ele fez bico e eu parei de andar, ficando de frente pra ele.
- Eu sei que hoje é diferente, por isso fico horas na frente do espelho pra ficar perfeita pra você, bobinho. – Ele sorriu como uma criança depois dessa e me deu um selinho demorado.
- Você já é linda de qualquer jeito meu amor. – Fiquei envergonhada como sempre acontecia quando ele dizia essas coisas. Comecei a andar pra ele não perceber.
Depois de andar um pouco, chegamos à praça onde nós há três anos íamos nesse dia 28 de Dezembro. Arthur sentou no ‘nosso’ banco e eu sentei ao seu lado, me aconchegando em seu abraço por causa do frio que estava fazendo.
Ficamos olhando o céu por uns instantes, perdidos em lembranças que aquele local nos proporcionava.
- Amor? – Arthur disse baixinho e eu soltei um ‘Hun?’ – Lembra da primeira vez que sentamos aqui? – Concordei com a cabeça sorrindo. – Você estava com frio e eu sentei do seu lado desse mesmo jeito pra esquentar você. – Encostei minha cabeça em seu ombro, escutando ele dizer. – Depois da festa de aniversário do Harry e do selinho que eu te roubei, você não me deixou oportunidade pra beijar você de novo. – Sorri novamente me lembrando disso. – Eu achei que você não tinha gostado de eu ter roubado o selinho de você. – Ele puxou meu rosto pra que eu o olhasse.
- Você sabe bem que eu tinha gostado, eu só estava com medo. Sua fama não era das melhores, Aguiar. – Eu disse essa parte mais pra zoar com ele que franziu a testa. Dei um selinho nele pra ele melhorar a cara, o que ocorreu na hora.
- Pois é. Eu desisti de tentar algo ‘forçado’; Resolvi deixar que acontecesse. – Ele voltou a olhar pro céu e eu voltei a colocar minha cabeça encostada em seu ombro. – E eu nunca pensei que pudesse acontecer do jeito que aconteceu. – Ele sorriu e eu sorri junto. – Bem aqui nesse banco, com os meninos fazendo palhaçadas mais na frente por que a neve tinha começado a cair. Na verdade, eu nem percebi que a neve tava caindo. Eu só tinha olhos pra uma pessoa. – Ele voltou a me encarar me fazendo sorrir mais. Ele nunca me contou o que sentiu aquele dia. – Eu sabia que sentia algo diferente por você, mas eu não sabia ainda o que era. Descobri isso quando olhei nos seus olhos aquele momento, aquele segundo, que fez com que nossas bocas se aproximassem como imãs. A partir do momento em que eu beijei você, eu sabia que você estaria na minha vida pra sempre; Que eu te queriana minha pra sempre. Não importassem os obstáculos que pudessem surgir. – Ele se levantou de repente, me deixando confusa.
Arthur se ajoelhou no chão coberto pela neve. Pegou as minhas mãos e fitou-as sem me olhar.
- Quando você aceitou namorar comigo, depois de cinco meses que aquele beijo aconteceu, me fez o homem mais realizado do mundo. Por mais que a sua demora em aceitar o pedido tivesse me deixado um pouco angustiado...
- Arthur... – Eu o interrompi mais ele balançou a cabeça negativamente.
- Me deixa acabar. – Concordei mesmo sem entender. – Você tinha razão, minha fama nunca foi das melhores, eu nunca fui um namorado excelente, nunca me esforcei pra fazer com que a minha companheira, ficante ou namorada, se sentisse bem e realizada. – Ele ainda não me olhava e isso ta me deixando preocupada, porque ele ta me dizendo tudo isso agora? – Mas quando eu fiquei com você, eu não lembrava mais de mim, eu só queria fazer com que o seu lindo sorriso permanecesse ai pra sempre. – Ele me olhou sorrindo me arrancando um sorriso enorme. Ele respirou fundo, acho que pra continuar a falar, mas agora, olhando pra mim. – E já faz quase três anos que eu tento te fazer feliz ao máximo. Mesmo que aquelas nossas brigas por motivos idiotas tenham me feito falhar, tirando o seu sorriso e substituindo pelas lágrimas. – Senti que iria chorar a qualquer momento se ele continuasse a dizer aquelas coisas e me parecia que ele não estava diferente. – Eu me sentia inútil, ridículo, nojento por estar fazendo a pessoa que eu mais amava no mundo chorar, e me sentia pior ainda quando você me perdoava. Acho que eu nunca te mereci de verdade Lua. – Lágrimas corriam pelo rosto do Arthur me fazendo chorar também. Balancei a cabeça indignada com o que ele disse.
- Não é verdade... – Eu tentei dizer mais ele me interrompeu, negando com a cabeça.
- É sim Lua, mas eu já entendi que você é meio ceguinha por me namorar. – Ele brincou me arrancando uma risada fraca. – É por isso que eu agradeço a Deus todos os segundos que eu passei do seu lado; Agradeço principalmente por seu pai ter me ajudado aquele dia. Ele salvou a minha vida e me deu uma vida nova, com você. É por isso e por toda a felicidade que você me proporcionou que eu queria te dizer algo importante nesse dia especial. – Ele parou de falar, olhou novamente pras minhas mãos entrelaçadas as suas, sorriu nervoso e voltou a me olhar.
Continua...
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