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10/12/2011

"O Melhor pra Mim"


Capitulo 81


Sexta-feira, dia 13 de Novembro, 17:20, estação de trem.
Guys:
Aquilo era engraçado. Era muito engraçado.
- Para de rir, Thur. - Lua ordenou autoritária, dando um tapa de leve no meu ombro, com medo de me machucar.
- Eu não consigo! - murmurei, acenando para os motivos das minhas risadas.
Não tinha como não rir. Os três casais acenando para nós dois na estação eram simplesmente hilários! Micael abraçava Sophia pela cintura - os dois haviam se acertado, mas Sophia estava se vingando, tratando Micael como um cachorrinho - e ao lado deles Mel era abraçada pelas costas por Chay, que estava com o queixo apoiado no topo da sua cabeça e nos dava tchau. Um pouco mais afastados, Rayanna e Pedro estavam de mãos dadas, naquele começo de relacionamento, onde os dois não sabiam exatamente como agir.
Era hilário.
Quando finalmente o trem fez a primeira curva, pude me sentar direito e tentar parar de rir.
- O que tem de tão engraçado? - Lua perguntou, um pouco brava com o meu acesso de riso, mas um pouco contagiada com a minha risada.
- Sei lá, toda a situação é engraçada… - respondi, evasivo.
- É, com isso eu tenho que concordar… - ela comentou, abrindo um bauzinho da onde pegou um travesseiro. - Será que se eu dormir com isso vou pegar piolho?
- É bem provável. - respondi, e ela jogou o travesseiro no baú com nojo. - Mas eu conheço algo que é bem mais fofo que um travesseiro, onde você pode dormir tranquila.
- A é? O quê? - ela perguntou, ingênua.
Dei duas batidinhas de leve no meu colo com as mãos, fazendo-a rir, meio constrangida.
- Vai sonhando. - disse, fazendo um embrulho com o seu blusão da GAP e deitando-se no acento confortável do trem.
- Bom, depois não reclama de torcicolo… - comentei, me ajeitando. Senti uma pontada no meu estômago. - Cara, eu não vou comer direito por um bom tempo…
Lua só riu baixinho e fechou os olhos. Fiquei observando-a, sua respiração tranquila… Estava meio hipnotizado quando ela abriu os olhos sem emitir nenhum sinal. Tomei um susto interno e sorri pra ela.
- Acho que você não tem muita memória, não é, Aguiar? - ela perguntou, com raiva.
- O que você quer dizer com isso? - perguntei, estranhando sua mudança de humor.
Ela se levantou e virou os olhos.
- Bom, deixa eu refrescar sua memória. Você se lembra que antes de ontem você ficou com a Pérola, certo? - fiz que sim com a cabeça. - E você se lembra que eu disse que gostava de outro cara, certo? - repeti o gesto. - E você se lembra que eu beijei esse mesmo cara hoje, não se lembra? - tive que concordar mais uma vez. - Então por que você está agindo como se nada tivesse acontecido? Como se nós ainda estivéssemos ficando?
- Porque você me ajudou hoje, e se não fosse por você eu provavelmente estaria jogado na sarjeta em algum lugar. Eu já te pedi desculpas pelo negócio da Pérola, e hoje eu percebi que ela é uma vagabunda - ao mencionar seu nome senti um ódio descontrolado tomar conta de mim -, uma aproveitadora que estragou o nosso lance, e você não tem ideia do tamanho do meu arrependimento, mas essa não é a questão. - me controlei para não continuar a xingá-la. - A questão é que se nós não podemos ficar juntos, se você gosta de outro cara, nós podemos… Ser amigos. Não precisamos nos tratar mal. Infelizmente eu fiz uma escolha ruim, e você também fez sua escolha. Por que não conviver em paz?
Como foi difícil dizer aquilo! Porque eu não queria só ser seu amigo.
Não mesmo.
Lua me olhou de um jeito esquisito e ficou calada. Num impulso, levantei e sentei-me ao seu lado. Ela se encolheu.
- Vamos lá, Luazinha, nós podemos fazer isso. - encorajei-a, estendendo minha mão.
- Não, eu não posso fazer isso… - ela finalmente abriu a boca e disse, suspirando.
- Por que não?
- Porque eu não quero ser só sua amiga. Eu não gosto do Eric e eu só fiz todo esse teatro porque estava muito magoada. Eu vi você e Pérola se beijando, e aquele foi o pior momento da minha vida. - ela dizia, sustentando nosso olhar. - Se pra você está de boa sermos amigos, pra mim não está. Eu não consigo ser sua amiga. Eu… Eu… - ela gaguejou, parando de falar.
- Você…? - queria que ela completasse a frase. Queria que ela dissesse que me amava. Era o que eu mais queria.
- Eu vou pegar algo pra beber. - ela completou, levantando-se e saindo do nosso pequeno quarto do trem, me deixando sozinho e boquiaberto.
Continua....


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