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07/12/2011

"O Melhor pra Mim"


Capitulo 68




Quinta-feira, dia 12 de Novembro, 13:45, meu quarto.
Lua:
- Maggie, Maggie… Como eu queria ser uma cadelinha saltitante como você agora… - comentei, acariciando as orelhas da minha cachorrinha. Ela encostou a cabeça em minha barriga e me olhou com seus olhos verdes. Lambeu a ponta dos meus dedos e abanou o rabinho. - Eu sei, querida, mas não estou com ânimo para passear agora…
Ela enterrou o fucinho no cobertor e suspirou.
Deitei a cabeça no travesseiro e encarei o teto. Clara estava na sala assistindo TV e meu pai ainda não estava em casa. Estava completamente sozinha com meus pensamentos.
A cena de mais cedo não me saía da cabeça. Arthur puxando Pérola para mais perto. O beijo… Toda vez que pensava naquilo sentia vontade de vomitar. Eu sabia que os dois eram amigos desde sempre, e sabia de seus pequenos casos, mas nunca, nem por um momento, pensei que ele trairia minha confiança. Não éramos namorados, e não havíamos prometido monogamia, mas acho que estava subentendido, não? Afinal, quem ele pensava que eu era? Uma qualquer que não se importaria em ver o cara que estava ficando agarrando outra nos arbustos? Porque se essa era a imagem que eu passava, tinha alguma coisa errada. Muito errada.
Ouvi o telefone tocar, mas ignorei. Clara atendeu lá embaixo e eu continuei bolando teorias de o porquê Arthur estar agarrando Pérola, até que Clara gritou do andar de baixo:
- Lua! Telefone! - por um momento achei que fosse Arthur, e meu coração parou. - É sua mãe!
Ah… Que bosta…
Peguei o telefone na base e gritei para Clara desligar. Assim que ouvi o clique na linha, murmurei, desanimada:
- Oi, mãe.
- Querida, você não imagina o quão lindo é seu vestido para o baile! - minha mãe piou do outro lado. Virei os olhos. “Tudo bem comigo, mamãe, obrigada por perguntar…” - Você está lembrada que é esse sábado, certo? Presumo que Arthur tenha um smoking… - ela tagarelava, mas eu havia parado na parte em que o baile era sábado.
O baile era sábado. Como eu conseguiria encarar Arthur? Dançar com Arthur!
Ai, meu Deus…
Ouvi minha mãe delirar por alguns minutos, só grunhindo como resposta. Assim que ela terminou de despejar toda sua futilidade em cima de mim, avisou que precisava ir buscar meu meio-irmão na natação. Mas antes me deu uma ótima notícia: Eu já poderia escolher um carro.
Bom, pelo menos uma notícia boa para variar…
- Beleza, mãe, vou escolher e te mando por e-mail. - tentei parecer animada, mas saiu mais como um muxoxo.
- Ótimo, querida! Sábado de manhã mandarei o motorista para buscá-los. Um beijo para você e mande um beijo para Arthur!
- Pode deixar. - suspirei, desligando o telefone e o recolocando na base.
Comecei a contar na cabeça as vezes que precisaria encontrar Arthur antes do ano acabar. Ainda precisaria encará-lo na escola no dia seguinte, sexta no show, sábado no baile e segunda-feira no projeto - que aliás, precisava decidir onde o colocaria no maldito projeto. Talvez colocasse ele numa fantasia de cachorro-quente e estava tudo resolvido. Depois desses quatro dias, eu poderia esquecer que Arthur existira na minha vida e seguir em frente. No final do ano iria para a faculdade e esqueceria de tudo.
Deus, por que doía tanto pensar nisso?
Olhei para o celular em cima da mesa. Mel e Rayanna provavelmente estavam se arrumando para o encontro duplo, e Sophia com certeza estaria se agarrando com Micael. Pra quem poderia ligar? Ninguém. Absolutamente ninguém.
Vida de merda…
Continua..

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