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12/12/2011

"O Melhor pra Mim"


Capitulo 85

 Sábado, dia 14 de Novembro, 12:13, quarto de hóspedes.

Thur: Acordei sentindo meu braço vibrar. Abri os olhos vagarosamente, incomodado com a secura da minha língua. Tentei me mexer, mas fui impedido por um peso que pressionava meu peito. Estava com aquela conhecida sensação de ressaca, e também não me lembrava onde diabos estava. Abri a boca para dizer “sai de cima de mim, Pedro, porra!”, porque era o que sempre falava quando acordava com alguém em cima de mim, mas não precisei, pois o “peso” virou-se para o lado, revelando o rosto angelical de Lua, que dormia tranquilamente com a boca aberta. Sorri involuntariamente, finalmente me lembrando da noite anterior. Meu braço vibrou novamente. Peguei o maldito celular de baixo das cobertas e atendi, com a voz arrastada. - Você tem o dom de me irritar. - comentei, sonolento. Levantei-me da cama observando o caos no quarto. As roupas de 


Lua estavam no chão e as minhas em cima da escrivaninha. A garrafa de vinho vazia rolava pelo carpete, manchando-o com as poucas gotas restantes, e as taças também estavam no chão, uma inteira e a outra quebrada.

- Cara, bateram na sua cabeça forte demais. - ele afirmou. - Porque, aparentemente, você ESQUECEU de nos contar o que a porra do seu pai, e o motivo das nossas noites mal-dormidas, disse ontem depois do show! - Ah… Isso…
- murmurei, pegando minha calça jeans do chão e vestindo-a por cima da samba-canção.
- É, eu estava indo contar à vocês quando fui abordado por uma gangue de delinquentes. Tá lembrado disso?

– Blá blá blá, meu nome é Thur e eu sou gay. - ele fez voz de mulher, ligeiramente irritado. - Cara, é sério, o que ele te disse? - Disse, basicamente, que vai parar de me encher o saco e que o Phoenix continua vivo. - contei indiferente, para criar um suspense - rimou! -, e Pedro gritou afetado do outro lado da linha.
- Cara, cala boca, a Lua tá dormindo aqui do lado. - isso é sensacional! É a melhor notícia que eu recebi desde que descobri que aquela garota que eu peguei no churrasco da Pamela não era um traveco! - ele gritou, e eu abaixei o volume do telefone para que seus gritos não a acordassem.

 - Assim que eu chegar aí, nós vamos bebemorar! - sussurrei animado, sentado-me na beirada da cama para observar Lua dormir. Sua perna direita estava pra fora da coberta, me causando calafrios.
 - Eu não consigo nem acreditar! Nós estamos livres! LIVRES! - Pedro gritou ao telefone. - Seu pai vai nos deixar em paz. FINALMENTE! –

Pedro, eu adoraria continuar essa conversa, mas você está muito alterado e vai acordar a fera. - olhei para ela, que se virou para o outro lado. - Assim que der eu te ligo. Conte a novidade aos guys, beleza? - Falou, Thur! Até mais tarde! Chay! Micael! Acordem! - ele gritou antes de desligar. Sentei-me mais perto de Lua e tirei alguns fios de cabelo da sua cara. Ela sorriu sonolenta, sem abrir os olhos. - Bom dia, Luazinha! - murmurei, beijando sua testa.

- Hm… - ela gemeu, ainda sem abrir os olhos. - Você precisa se levantar e colocar uma roupa. - comentei. - Sua mãe não vai gostar muito de entrar aqui e te ver de roupas íntimas na cama comigo.
 - Hm… - ela gemeu novamente. Fiquei olhando para ela, segurando a risada. Surtaria em 3… 2… - O QUÊ? - gritou, sentando-se com um pulo. Logo depois colocou a mão na boca e ficou olhando em volta, embasbacada. Depois olhou para baixo, confirmando que estava de calcinha e sutiã, e puxou o cobertor para cima, cobrindo todo o corpo. - Thur…
- ela começou a falar, em choque. - O que exatamente aconteceu aqui ontem à noite? - Ah, você sabe, nada de mais… - dei de ombros, e percebi que ela desceu os olhos rapidamente para o meu peito descoberto.

- Nós só, sabe como é, transamos. Levantei-me da cama novamente, pescando minha camiseta do chão e a vestindo. Coloquei minhas meias e olhei para ela com o canto dos olhos. Estava petrificada, branca. Eu sabia que era maldade fazer aquilo com ela, mas eu não consegui me controlar! Foi mais forte que eu!
 - Nós o quê? - ela perguntou, fraquinho, com os olhos arregalados e perdidos. Peguei todas as suas roupas do chão ao ouvir passos no corredor e joguei em cima dela, que nem se mexeu.

- Eu perdi minha virgindade e nem me lembro…? - balbuciou. Tá, hora de parar de me divertir. - Lua, tô zoando com a sua cara. - assumi, rindo. –
Nós não fizemos nada de mais ontem, só demos uns amassos… Você apagou quando eu fui ao banheiro, depois eu voltei, me deitei aqui com você e dormi. - resumi bem resumido a noite passada para ela, sob seus olhos assassinos.

- Você vai me pagar. - ela ameaçou entre os dentes, avançando em minha direção. - Lua, querida, acorde, bela adormecida! Nós vamos ao salão! - a mãe dela cantarolou pelo corredor. Sentei-me na poltrona correndo e Lua começou a colocar as roupas desesperadamente de qualquer jeito. Quando a maçaneta começou a girar ela, já devidamente vestida, jogou-se na cama e fingiu pentear o cabelo, enquanto eu fingia amarrar os tênis. Assim que entrou, Adriana varreu o quarto com os olhos e sorriu, não encontrando vestígios de que nós havíamos feito alguma coisa errada na noite passada. Graças a Deus eu tive a brilhante ideia de empurrar com o pé a garrafa de vinho e as taças para debaixo da cama.

- Temos horário marcado para às 13:45, querida, precisamos correr! - ela completou. Lua gemeu e suspirou. - Mas e o Arthur? - ela fez biquinho, lançando um rápido olhar Serial Killer para mim. - Vai ficar aqui sozinho?

- Não, ele vai ao salão também. - ela comentou, e eu arregalei os olhos. - Nada de mais, querido, só fazer as unhas, hidratar o cabelo e passar uma maquiagem nesse corte horrível na sua testa. Coloquei a mão em cima do corte automaticamente. Estava tão feio assim? Levantei-me, terminando de “amarrar os sapatos” e fiquei de frente para Adriana, que ainda olhava o quarto, procurando pistas de uma conduta indecente. –

Não demorem, meninos, o almoço já está pronto! - ela anunciou, antes de sair pela porta, decepcionada. Olhei com o canto dos olhos para Lua, que espumava de raiva.
- Agora você me paga, Arthur Aguiar! - ela murmurou, antes de me imobilizar no chão.

Continua.


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