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13/12/2011

"O Melhor pra Mim"


Capitulo 92


Sábado, dia 14 de Novembro, 19:40, baile.
Guys:
- Aguiar! - Pedro gritou do fundo do salão, apontando diretamente para mim. Todos os olhares, que antes estavam voltados a ele, agora estavam em mim. Ouvi a risada sincera de Lua ao meu lado e relaxei um pouco, mas ainda não tinha perdido a vontade de matá-los lenta e dolorosamente. - Olha só, tá no estilo!
- Mates, será que vocês poderiam abaixar um pouco a voz? - sussurrei, e Micael foi esperto o suficiente pra ler meus lábios e concordar com a cabeça, mas não rápido o suficiente para impedir Chay de gritar a pleno pulmões:
- LUA, CARALHO, CÊ TÁ GOSTOSA, EIM?
Fechei os olhos, fazendo uma careta.
Era o fim. A mãe de Lua nunca mais iria querer me ver pela frente. Nem pintado de ouro.
- Pessoal, que bom que vocês vieram! - Lua soltou minha mão e correu em direção aos amigos, mas sua mãe a parou no meio do caminho. Fui atrás dela, e pude ouvi-la dizendo “eu não quero esses seus amigos aqui, Lua! Eles vão estragar a festa!”
Passei a mão pela garganta para eles, num sinal de que estávamos perdidos. Os seis olharam para a cena. Lua estava mais vermelha que um pimentão, e sua mãe soltava fumaça pelas orelhas. O salão inteiro nos olhava.
“Mãe, eles são meus amigos e sabem se comportar. Não começa…” ela murmurou, entre os dentes.
“Não começa você, Lua. Quero eles fora daqui!” sua mãe respondeu, alterada. “Isso é um evento familiar!”
Lua passou a mão pela testa e respirou fundo. Estava prestes a surtar.
“Quer saber? Eles vão sim. Mas eu vou junto.” ela respondeu, dando as costas para sua mãe.
Aproximei-me, segurando seu braço com força. Os guys se aproximaram com as meninas.
- Lua, pare com isso, nós vamos embora! Não devíamos ter invadido sua noite com a família! - Micael se desculpou.
- Lua, não precisamos ser tão dramáticos. - eu supliquei.
- Drama? Você acha que isso é draminha? - ela exclamou, puxando o braço para se soltar. Segurei-a novamente, com mais força. - Me solta, Arthur, mas que merda! Me deixa em paz!
- Hey, o que eu te fiz? - perguntei, sem soltá-la. Ela começou a se debater.
- Eu só quero que você me solte, porra! Eu quero ir embora daqui! - ela gritou. À essa altura do campeonato, a música havia cessado e todos do salão nos olhavam. Era um circo.
Comecei a ficar nervoso com aquele silêncio constrangedor, Lua me agredindo verbalmente por nada e todos os olhares cravados em cima de nós.
- Lua, a gente pode conversar? - sussurrei, puxando-a para mais perto. Sabia que estava apertando forte demais, sabia que estava machucando, mas não podia controlar minha força num momento daqueles.
- PORRA, ARTHUR! SOLTA A BOSTA DO MEU BRAÇO! VOCÊ TÁ ME MACHUCANDO! - ela estourou.
Dava pra ver em seus olhos que aquela raiva não era direcionada a mim. Eu deveria ter sido compreensível, mesmo por que, como já disse antes, eu estava ciente de que estava a machucando. Mas, como sempre, ao invés de ter uma atitude racional, eu estourei.
- NÃO FALE COMIGO COMO SE EU FOSSE A PORRA DO SEU NAMORADO DE VERDADE! - gritei, a pleno pulmões.
Ela arregalou os olhos e abriu de leve a boca. Ouvi Pedro murmurar “fodeu” e Sophia soltar uma risadinha nervosa. No mesmo instante, sua mãe, que até aquele momento só nos assistia brigar, indagou:
- O que você quis dizer com isso, Arthur?
- E-eu… N-não… E-eu… - gaguejei, sem saber o que falar. Minha garganta secou no mesmo instante. Olhava para todos os lados, menos para Lua. Não podia nem imaginar o tamanho da merda que havia feito.
Calei-me. Afinal de contas, quanto mais se mexe, mais a bosta fede, não é? O que mais eu poderia fazer além de me calar e esperar as consequências dos meus atos?
Olhei com o cantos dos olhos para Lua, estática ao meu lado. Soltei seu braço de uma vez só.
- Arthur, vou receber uma resposta hoje? - Adriana tornou a perguntar.
- Foi isso mesmo que você ouviu, mãe. - abri a boca para falar, mas Lua me atravessou, com a voz dura e fria. - Thur não é meu namorado, é tudo uma farsa. Uma farsa pra poder te agradar, pra tentar me aproximar de você, e sabe por quê? Porque eu te amo, mãe. E eu quero me aproximar de você, quero tentar conviver com você. Mas eu sou muito diferente do que você gostaria que eu fosse. Você ama mais o status, você ama mais “o que outros vão pensar”… E com isso eu não posso lidar. Mas não se preocupe mais, mamãe - então ela direcionou os olhos gelados para mim. -, a farsa acabou.
O que ela queria dizer com aquilo?
Ela virou as costas a caminhou os poucos metros que a separavam da porta. Mas antes de sair, abriu a boca de todos presentes com uma revelação. Bom, talvez não de todos presentes, mas de todos envolvidos na história:
- E se você pensa que eu fiz isso pela merda de um carro, está muito enganada. No começo do ano ganhei um prêmio nas olimpíadas de física no valor de um carro. Fiz por amor mesmo. Mas como sempre, quebrei a cara.
Continua...


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