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07/12/2011

"O Melhor pra Mim"


Capitulo 66

Quinta-feira, dia 12 de Novembro, 13:29, campão.
Lua:
- Eu gosto de outra pessoa. - repeti, firme.
Fiquei alguns segundos encarando o chão.
- Quem? - ele finalmente perguntou, com cara e voz de incrédulo.
Era melhor assim. Nada de cenas de ciúmes, nada de brigas. Uma desculpa idiota pra terminar uma relação que estava fadada ao fracasso. Você pode não concordar, e dizer que o amor supera tudo. E sim, eu o amava, apesar de tudo. Mas eu simplesmente não sabia lidar com tudo aquilo. Arthur era um cara desejado, um cara que sabia encantar as pessoas. Qual era meu papel no filme que era sua vida? A nerd que no final ficava bonita e de sobra ganhava o príncipe encantado? Isso eu não poderia aturar. Porque eu tinha os melhores exemplos de que a vida real não era como nos filmes. A vida real era cruel e sabia te colocar em seu devido lugar. E foi o que eu fiz. Poupei esforços em vão, poupei problemas insolúveis. Coloquei-me onde não deveria nunca ter saído.
Além do mais, eu estava muito puta. Magoada, chateada, me sentindo traída. Estava um lixo… Não estava a fim de ouvir explicações furadas, mentiras deslavadas. Ele era um galinha, e mentir era o que ele fazia melhor. Criar ilusões era o seu dom… A ingenuidade foi minha de ter acreditado que comigo seria diferente. Aquele era o ponto final.
Mas por que, mesmo sabendo de tudo isso, eu estava sentindo como se tivesse acabado de receber um chute no estômago?
Mas o pior não foi mentir. O pior não foi fingir indiferença ao fato de que ele estava beijando Pérola. O pior foi ter que vasculhar minha mente em poucos segundos à procura de alguém que pudesse fazer Arthur sentir raiva de ter me conhecido. Alguém que ele odiasse, e que o odiasse de volta. Alguém como…
- Eric. - respondi, achando o cara perfeito. Sorri com o canto da boca com a minha esperteza, mas Arthur pareceu não perceber, tamanha sua surpresa.
- Eric ? - ele perguntou, deixando a boca aberta.
- Sim. - murmurei, não conseguindo encarar seus olhos castanhos, que brilhavam de raiva. - Sempre gostei.
- Que ótimo. - ele ironizou. - Que grande bosta eim, Lua? Como você usa alguém desse jeito?
Segurei-me para não rir. Olha só quem estava falando!
- Me desculpe… Não era minha intenção… As coisas foram acontecendo, mas eu não posso mais continuar com isso. - estava com vontade de xingá-lo de todos os palavrões que conhecia, ou jogar na cara dele como estava sendo hipócrita, mas me segurei. Eu queria acabar com aquilo de uma vez por todas. E queria que ele sofresse também.
- Bom, acho você já disse tudo… Obrigado por me fazer de idiota. - ele exclamou, dando as costas para mim e indo embora, sem se despedir. Deu alguns passos e acendeu um cigarro, ignorando algumas pessoas que o cumprimentaram pelo caminho.
“De nada” pensei em dizer, mas ele já estava longe, e eu não estava com ânimo para brincadeiras.
Suspirei, virei-me e fui em direção ao ponto de ônibus. Estava me sentindo vazia.
Continua...

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