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25/12/2011

"Merry Christmas With McFLY"



Capítulo 18

- Essa história aconteceu em Bolton. Eu tinha apenas dezessete anos e um sonho na cabeça, o de ser músico. Sempre quis tocar baixo e formar uma banda de rock. Eu tinha um melhor amigo, e ele, assim como eu, amava tocar, mas ele tocava guitarra. Um certo dia, descobrimos que haveria uma audição para formar uma nova banda, aqui em Londres e eu e meu amigo combinamos que iríamos juntos. Mas acabou que eu não consegui ir, só que meu amigo foi! E adivinha só quem é esse meu amigo? – Arthur franziu sua testa encarando bem o homem em sua frente. Não estava acreditando que era realmente ele que estava ali, mas aquela história estava parecida demais para ser apenas coincidência. 
- Robert? – Ele sorriu apontando pra si com a mão que estava com a arma apontada para a cabeça da Lua. – Mas você está tão... 
- Diferente? – Arthur concordou com a cabeça. – Aguiar, eu saí de casa naquela época e me mudei para a favela. Morar lá não é fácil, mas eu conheci amigos melhores que você por lá. –Arthur deixou sua boca se abrir por um momento. 
- Melhores que eu? Deve ser só porque eles lhe apoiavam a cheirar sua maconha, consequentemente ganhando dinheiro em cima de você, com esse seu vício. Coisa que eu não fazia! – Robert se enfureceu. 
- Você me traiu, Aguiar! Não moveu um só dedo pra me ajudar, pelo contrário! Só ferrou ainda mais com a minha vida! 
- Você mesmo que ferrou com a sua vida, Robert! Eu fiz de tudo para ajudar você! 

Flashback Start. 

- Robert! O que você…? O que você fez, Rob? – Ele me encarou com os olhos esbugalhados, como se não esperasse me ver. Estava completamente drogado e parecia ter se drogado muito mais do que devia dessa vez. 
- Arthur, eu só precisava disso... Não aguentei. – disse, embolando um pouco com as palavras. Olhei ao redor da garagem da sua casa e vi a quantidade de saquinhos de droga espalhados pelo chão. 
- A gente tem que ir comprar as passagens pra Londres, Rob! – Vi a cara que ele fez quando eu disse aquilo. Seus olhos me olharam como se pedissem desculpas. Ah, não! – Rob, não me diga que você gastou o dinheiro? – Ele abaixou a cabeça. – Robert, cadê o dinheiro das nossas passagens?! – Me alterei empurrando seu ombro para que ele voltasse a me encarar. 
- Desculpa, dude – sibilou com um toque de choro em sua voz, os olhos cheios de lágrimas. 
- Eu deixei o dinheiro com você por duas horas, Rob, e você gastou tudo em drogas? Como você pôde? – Senti o desespero me invadir. Eram todas as nossas economias para irmos pra Londres. Nós juntamos aquele dinheiro por dois meses! 
- Foi mais forte do que eu! Eu não cheirava um há três dias Arthur! E quando eu comprei um e cheirei não aguentei e quis outro e mais outro... – Ele balançava a cabeça, ainda sobre o efeito das drogas. Isso passou dos limites! 
- Você precisa de ajuda, dude. Eu vou contar pra sua mãe, para o seu bem. – disse baixo vendo ele me encarar assustado. Virei minhas costas e saí, decidido a contar tudo para os pais dele. 

Flashback Stop. 

- Minha mãe nunca havia me visto de uma forma tão decepcionada como no dia que você a contou. Você não deve saber disso, mas depois que você veio pra Londres eles arranjaram uma clínica de reabilitação. Minha mãe disse que me internaria nem que fosse à força! Fugi de casa por causa disso, por culpa sua! – Robert já havia deixado de lado a pose de homem mal e estava chorando, completamente atordoado. Já Arthur, Lua e Jefferson estavam paralisados com tudo aquilo. Os dois últimos, principalmente. 
- Você deveria ter sido internado, Robert. Talvez você não estivesse aqui dessa maneira, sendo o sequestrador da noiva do seu ex-melhor amigo - Arthur proferiu as palavras deixando bem claro o desgosto que tinha. Robert engoliu o choro e forçou uma gargalhada. 
- Para você saber, Aguiar, isso tudo aqui é só a melhor forma que eu achei pra conseguir o que é meu. Minha parcela nessa grana toda que você ganhou com o McFLY! – disse, abraçando Lua, de forma que ela ficasse imobilizada. Jeff encarou cada movimento de Robert, temendo o que viria a seguir. - E sabe o que é melhor nisso tudo? - Arthur negou com a cabeça. - Eu vou poder me vingar de você, Aguiar! - Ele disse entre dentes e empurrou Lua com força em direção ao chão, apontando a arma para Arthur em seguida. 
Lua sentiu seu coração acelerar ainda mais, se é que aquilo era possível, encarando a arma de Robert apontada para seu amado. Robert fez sinal para que Jefferson se afastasse deArthur e fosse até Lua que estava caída no chão um pouco mais a frente do lugar em que o próprio Robert estava. 
Jeff olhou a mulher ao seu lado com os olhos cúmplices e apavorados. Eles sabiam que o pior iria acontecer a qualquer instante. Eles se levantaram, enquanto Jeff voltava a apontar a arma na direção da Lua. 
- Sabe o que é ainda melhor, Aguiar? Você vai ver a florzinha aqui morrer e assim que ela der o último suspiro será a sua vez de se juntar a ela! - Soltou uma gargalhada que fez todos os pelos de Arthur se arrepiarem. 'Lua não!', pensou, sentindo o medo lhe invadir. 
Tudo foi uma fração de segundos. Em um segundo a arma de Robert apontava para Arthur, no outro apontava para Lua. Ela fechou seus olhos com força e escutou o grito de Arthur ecoar pelo lugar, juntamente com o som agudo do tiro disparado. Mas Lua não sentiu dor. Abriu seus olhos tentando ver se havia morrido tão rápido que a dor nem chegara a lhe atingir, mas o que viu lhe desesperou. 
Jeff estava caído no chão, a área do abdômen estava completamente revestida de sangue.Lua se agachou para poder vê-lo melhor. Não acreditava que era realmente verdade, que ele havia se colocado em sua frente no momento em que o tiro fora disparado. 
Robert estava paralisado, em vez de acertar a noiva do Aguiar, acertou seu comparsa, e isso com certeza não estava nos seus planos, mas ainda assim tinha que continuar o que estava disposto a fazer ali. Só que ele não contava com a presença de Kevin naquele local. 
- Você vai morrer, Arthur! – Preparou a arma em sua mão direita, mas não teve tempo de disparar. O tiro havia vindo do lado de fora. Arthur olhou para trás e viu Kevin na porta da casinha com a sua arma em mãos. Robert sentiu suas pernas fraquejarem por causa do ferimento no tórax. Agora, sim, se sentiu um verdadeiro inútil. Iria morrer antes mesmo de conseguir matar o filho da mãe que acabou com a sua vida. 


Continua...

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