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24/12/2011

"Merry Christmas With McFLY"


Capítulo 13

Lua jogou o jornal para longe, chorando compulsivamente. Jefferson se assustou e a abraçou, ela retribuiu ao abraço vendo que precisava mesmo naquele momento de ombro amigo, e Jeff era o mais próximo que ela tinha disso naquele cativeiro. 
- Lua. Calma! Calma! – Ele afagou seus cabelos fazendo a mulher chorar ainda mais. – O que tem nesse maldito jornal pra te deixar desse jeito? – Perguntou vendo Lua se afastar de seu abraço desajeitada por causa das amarras em sua mão. 
- Malditos paparazzi mentirosos! – Quase gritou com o ódio transbordando de seus olhos. Jeff pegou o jornal em mãos e começou a lê-lo, enquanto Lua tentava parar de chorar. Ele então entendeu o porquê de todo aquele sofrimento e raiva que ela demonstrava. 
- Hey! Não liga pra isso! Se você não fez nada disso aqui, não precisa ficar desse jeito! 
- Eu odeio a imprensa! Sempre tentando achar alguma coisa que vai vender mais sem pensar no que isso pode causar às pessoas envolvidas! – Ela encostou na beirada da cama e começou a respirar fundo para cessar seus soluços. Jeff esperou que ela se acalmasse definitivamente para lhe perguntar o que lhe martelava a mente. 
- Lua, o que aconteceu aquele dia? – Ela o encarou por um momento e fechou os olhos com força, como se reprimisse algum pensamento. – Se não quiser contar, tudo bem – ele se pronunciou e ela voltou a encará-lo negando com a cabeça. 
- Eu e minha amiga a Mel, fomos até esse buffet já no fim de tarde. Eu já estava morta de cansada... 

Flashback Start 

- Mel, pelo amor de Deus, vamos deixar pra ir nesse amanhã? Eu to morta! – Ela me olhou com uma cara feia e começou a me puxar pra longe do carro. 
- Nem pensar! – disse agarrando meu braço com força. – Esse é o último e amanhã é dia de ver o bolo de casamento e as lembrancinhas, não vamos ter tempo! – Rolei meus olhos e soltei meu braço do dela quando chegamos até a porta de entrada do buffet Le Passione. 
- Ok! Mas vê se demora menos na hora de degustar os salgadinhos! – Quase cochichei recebendo um tapa leve no meu braço. Não sei como ainda tem espaço naquela barriga pra mais salgadinhos depois de passar por cinco buffets! 
- Boa tarde, senhoritas. Vieram olhar algo em especial? – Uma moça bastante elegante nos recepcionou. Antes mesmo que eu pudesse falar a Mel já havia aberto a boca. 
- Boa tarde. Queremos dar uma olhada no seu pacote de casamento. O mais completo que tiver! – A moça sorriu e fez sinal para que a acompanhássemos. 
- O nosso melhor pacote, inclui o jantar, salgados, doces... – Ela continuou citando os itens e a Mel ficou concentrada enquanto eu senti meu telefone vibrar. Pedi licença e olhei no visor.Arthur. Fui para perto da amostra dos arranjos de flores e atendi ao celular. 
- Oi, meu amor. 
- Oi, minha vida! Como ta sendo ficar olhando buffets a tarde inteira? – Ele gargalhou do jeito que eu mais gosto, por mais que estivesse zoando comigo. 
- Bom, nesse momento eu já estou morta, sem vontade nenhuma de ver mais nenhum salgadinho! Nem tenho mais estômago pra isso! – Gargalhou de leve. Comecei a sentir o perfume de umas margaridas que estavam em um arranjo em minha frente. 
- Então, como sempre eu vou salvar você do tédio! Fui liberado mais cedo hoje! – disse empolgado me arrancando um sorriso. – Em qual buffet você está? 
- To no do centro, o Le Passione! Tem o endereço naquele encarte que eu te dei. 
- Ok, princesa! Não enlouqueça antes de eu chegar, hein? To com desejo de sorvete hoje! – Falou, me deixando surpresa. Eu também estava louca por um sorvete. 
- Chocolate com muita calda e disquete? – Chutei o meu sabor preferido, que por sinal acabou virando o dele também, depois do de flocos com musse de maracujá. 
- Hoje eu vou querer chocolate com muita calda e disquete, até porque to louco pra limpar a sua boquinha toda borrada de calda. – Gargalhei com o som de sua voz pervertida que também gargalhou em seguida. 
- Cala a boca, Aguiar, e vem logo! – Ele concordou e desligou o telefone. Voltei minhas atenções para a moça e a Mel e a vi experimentando uns doces. Sacudi a cabeça em negação imaginando para onde ia aquela comida toda. Mel não engorda de pura ruindade. 
- Posso ajudar, senhorita? – Me assustei com a voz masculina perto do meu ouvido. – Me perdoe, não queria assustá-la. – Ele sorriu simpaticamente. 
- Não! Tudo bem! Só estava um pouco distraída. 
- Então, está interessada em algum arranjo em especial? – perguntou apontando as flores. Neguei com a cabeça. 
- Não! Estou com a minha amiga, olhando o pacote completo. – Apontei Mel, que experimentava salgados nesse momento. Ele a encarou por um momento e concordou com a cabeça. 
- O pacote completo também inclui os arranjos para as mesas. Posso lhe mostrar, se você quiser adiantar o mostruário. – Não era lá uma má ideia, eu teria que ir embora e ia deixar aMel sozinha ali se ela quisesse ver tudo até o final. Concordei com a cabeça e ele apontou para que eu o seguisse até uma mesa mais no canto com alguns arranjos pequenos. 
- Esse aqui é de orquídeas. Está bem em alta essa época do ano por causa das várias cores que a flor pode proporcionar. O casamento é quando? – perguntou. 
- Dezembro do ano que vem. 
- Um ano ainda? Bom, imagino que seja por causa da reserva da igreja. Mas o bom é que teremos orquídeas incríveis nesse mês! 
- Não, na verdade dezembro é um mês especial. E eu gostei muito das orquídeas! Você as teria na cor branca com detalhes em vermelho? – perguntei, vendo que nas amostras não havia nenhuma daquela maneira. 
- Ah, sim! Temos uma em detalhes de vermelho e laranja. Pode ser? – Concordei com a cabeça. – Eu vou pegar uma amostra no estoque. Só um momento! – Saiu com um sorriso educado, entrando em uma porta mais à frente. 

# 

- Desculpe a demora! Este seria de seu agrado? – disse, com um sorriso no rosto, trazendo em mãos o arranjo mais lindo de orquídeas que já vi. Eu não precisava ver outros arranjos, era aquele! 
- Nossa, é perfeito! Com certeza é esse! 
- É, esse arranjo combina com você! Tem toda a simplicidade e pureza pela cor branca, mas não deixa de passar a sensualidade com os tons em vermelho. – Aquilo havia sido uma cantada? Sorri, sem graça. 
- Er... Obrigada. – Ele andou até o meu lado. Arqueei minha sobrancelha. 
- É sério! Eu adoraria conhecer você melhor. Talvez se você me desse seu telefone e a gente saísse pra jantar, eu poderia conhecer um pouco da sua sensualidade e... 
Em um momento o rapaz estava me cantando novamente. No outro ele estava no chão sendo socado pelo Arthur. Quando voltei a mim pelo susto, comecei a puxar o Aguiar pelos ombros. 
- Arthur! Arthur! Solta ele! – continuei dizendo freneticamente até ele se levantar. As pessoas presentes na loja estavam completamente assustadas com a cena. O rapaz agonizava no chão com as mãos no olho esquerdo. 
- Nunca mais chegue perto da minha noiva, imbecil! – disse, quase cuspindo as palavras, apontando para o homem no chão. 
Arthur olhou para mim de uma forma que realmente me assustou. Seu rosto estava vermelho e os olhos transbordavam fúria. Ele agarrou meu braço com força e saiu me puxando porta afora, enquanto eu escutava a Mel pedindo desculpas pelo ocorrido. 

# 

- Hey, Arthur, para! Você ta me machucando! – disse sentindo ele me soltar perto de seu carro estacionado. O lugar onde ele havia agarrado estava dormente por causa da quantidade de força. 
- Da pra me dizer o que foi aquilo? – falou, apontando para a loja um pouco mais à frente de nós. 
- Eu que te pergunto! Porque você bateu naquele homem? – Ele riu como se eu tivesse contado alguma piada. 
- Será porque quando eu chego nesse maldito buffet te encontro recebendo cantadinhas desse sujeito? Ou, ou pior! Será que é porque você estava sendo chamada pra sair e não fez nada á respeito? PORRA, VOCÊ É MINHA NOIVA! 
- Não precisa gritar! Nós estamos no meio da rua, Arthur. – Cruzei meus braços bem junto ao meu peito. 
- QUE SE DANEM TODOS! – gritou abrindo os braços e olhando pra rua onde um casal o encarou assustado. Ainda bem que o horário de pico ainda não havia começado. – Não vai responder? Ou você ia aceitar o convite dele pra sair, hun? – Seus olhos se encheram de lágrimas. 
- Você ta me ofendendo, Arthur. Acha mesmo que eu faria isso estando noiva de você? – Senti as lágrimas se formarem também em meus olhos. 
- Depois do que eu vi ali, eu não faço ideia! – Limpou algumas lágrimas que escorreram de seus olhos de maneira desajeitada. Ficamos um breve minuto em silêncio. 
- Eu não ia aceitar nada. O rapaz provavelmente não percebeu que eu era a noiva e por isso fez as cantadas. Você não deu tempo nem de eu poder dizer a ele o quanto ele estava sendo indelicado. – Ele não me encarou em nenhum momento, só continuou chorando e respirando fundo. Me aproximei dele segurando em seus braços. – Amor, eu não faria isso! Eu sabia que você estava vindo para cá, porque eu iria correr esse risco? – Ele me afastou e me encarou com os olhos escuros cheios de ódio. 
- Verdade. Você não poderia correr o risco já que eu estava vindo pra cá, mas se eu não estivesse vindo provavelmente a conversinha entre vocês dois teria se estendido até um lugar mais reservado, onde ele poderia conhecer um pouco da sua sensualidade, não é? – Ele falou tudo tão rápido que eu mal conseguir decifrar as palavras. Ele entendeu tudo errado! 
- Arthur, você sabe o que eu quis dizer. Para com isso! – Comecei a chorar ainda mais vendo que ele estava convicto de que eu o trairia assim. 
- Me deixa em paz! Vai lá cuidar do olho roxo que eu deixei no seu acompanhante – disse virando-se e indo em direção a porta do carro. Enfureci com essa frase. 
- Você é um imbecil, Aguiar! Pensa que é o único que pode estar certo nas nossas brigas? Pensa realmente que eu deixaria de lado quatro anos convividos com você? Se eu quisesse te trair já teria terminado a merda desse noivado! PARA DE SER INFANTIL! – Ele abriu a porta do carro e me encarou sem dizer uma palavra. – Você ta jogando pra cima de mim a culpa de algo que eu não fiz, Arthur. 
- Eu não estou jogando a culpa pra cima de você, Blanco. Você que se encheu dela depois do que eu vi ali dentro. – O encarei perplexa. – Vou te poupar o esforço e terminar eu mesmo esse noivado – falou tão baixo que eu mal escutei, se eu não tivesse completamente vidrada nos seus lábios não teria entendido. 
- Arthur, não fala isso! Vai pra casa e pensa um pouco antes de fazer uma besteira que você possa se arrepender depois! – Eu não sei de onde ela surgiu, mas a Mel estava, um segundo depois do que o Arthur me disse, ao seu lado. Ele pareceu analisar a proposta por algum momento, encarando a Mel. Respirou fundo, limpando algumas lágrimas que caíram. – Vai pra casa. Eu a levo. – Mel disse pegando em seu braço e cochichando. Entendi pela leitura labial que fiz. Ele me encarou por um breve segundo e entrou no carro. 

Flashback Stop. 


Continua...

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