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09/12/2011

"O Melhor pra Mim"



Capitulo 79

Sexta-feira, dia 13 de Novembro, 15:34, TacoPlace.
Thur:
Aquilo era demais! A sensação de saber que estava livre era inacreditável! Queria contar aos guys, contar ao mundo… Mas, mais do que tudo, queria contar à Lua e agradecê-la por ter me ajudado… Era o que eu mais queria. Queria beijá-la, pedir desculpas, dizer que faria com que ela esquecesse Eric. Queria abraçar o mundo e gritar aos quatro ventos que eu estava livre. LIVRE!
Fui até os fundos do TacoPlace, onde os guys disseram que estariam, mas não os encontrei. Só encontrei Fábio & CIA, que pareciam estar me esperando.
Tinha algo estranho naquilo tudo. Algo muito estranho… E nem era pelo fato de que eu estava atrás do TacoPlace com meus antigos amigos que aparentemente me odiavam. E nem era pelo fato de que Michel fumava um baseado… Era algo no ar. Na atmosfera.
- Arthur! Era você mesmo quem eu procurava! Pode me descolar um cigarro? – Fábio exclamou, com um sorrisinho odioso no rosto.
Tirei um cigarro do meu maço e entreguei a Fábio, que o acendeu com um Zippo.
- Valeu… Cara, tava mesmo querendo conversar com você… Na real, quero voltar a ficar de boa com você. - ele deu um trago no cigarro. - Acho que foi uma puta besteira a nossa briga… Eu peguei pesado com a garota… Qual o nome dela mesmo?
Olhei em volta, encarando os desconhecidos, que pareciam rir.
Tinha algo muito errado acontecendo.
- Lua. - falei por entre os dentes.
- Isso! Lua! - ele lembrou.Kátia deu uma risadinha misteriosa atrás dele.
Não gostava do jeito que ele pronunciava seu nome. Não gostava do jeito que eles me olhavam.
- Mas, sabe de uma coisa, Arthur? - Fábio perguntou, olhando para algum lugar além de mim e me abraçando pelos ombros. - Acho que você também pegou meio pesado comigo. Afinal de contas, eu sou seu amigo desde… O quê? Desde sempre?
- Desde o primeiro ano do ensino médio. - respondi, desconfiado. - Qual é Fábio? Qual é a desse papo estranho?
- Você vai descobrir já, já, Arthur… - ele riu, me soltando. Logo em seguida senti dois braços me prenderem por trás, e logo eu estava prensado na parede por dois carar gigantes. - Opa. Descobriu!
Fábio veio até mim com a sua arrogância iminente e me presenteou com um soco bem dado no estômago.
Curvei-me, sem ar.
Quando subi o rosto, os caras que antes me olhavam rindo agora vinham pra cima de mim. A maioria deles estavam chapados.
- Me solta, seu filho da puta! - gritei para Fábio, que riu. Michel, ao seu lado, tragou o baseado e ficou me olhando com um sorrisinho dançando nos lábios. Kátia olhava para o lado, e não passados cinco segundos, Pérola se juntou a ela, com cara de vitoriosa.
- Olá, meu amor! - ela disse, aproximando-se de mim. Beijou minha testa. - Está se divertindo?
- Vagabunda. - cuspi, e ela riu, voltando ao lado de Kátia.
- Opa, opa, opa! Meninos, vocês vão deixar ele chamar a nossa Pérola de vagabunda? - Fábio perguntou a todos os caras que estavam ali.
Um deles, todo tatuado, aproximou-se de mim e me deu uma cabeçada na testa. Tudo apagou e voltou em alguns instantes. Logo em seguida recebi um soco no supercílio que doeu pra caralho.
Claro… Por que eu não havia percebido antes?Fábio  era vingativo, e estava muito quieto depois da nossa briga…
Ele estava combinando aquilo há dias. Pérola cobrar a promessa estúpida fora só um pretexto para que Lua terminasse comigo. Eles sabiam que eu ia me encontrar com ela aquela tarde! Separar-me de Lua foi o primeiro gole, porque eles sabiam que eu ficaria vulnerável, e, ficando vulnerável, eles podiam me abordar com tranqüilidade, pois me conheciam e sabiam que quando eu estava triste preferia ficar sozinho.
Jogada de mestre! E eu caíra como um patinho…
Patético.
Outro cara deu um chute no meu estômago, e me curvei, cuspindo sangue no chão.
- Mas já? - Fábio brincou. Os caras que estava me segurando me soltaram e eu caí com um baque surdo no chão, em posição fetal. - Quer arrego, Aguiar?
Eu não conseguia falar, tamanha era minha dor. Senti um chute nas costas e fechei os olhos. Pressentia o pior… Aquilo ia ser um belo de um estrago…
- O que vocês estão fazendo? - ouvi a voz mais doce, linda e suave esbravejar. - Seus covardes!
Não conseguia levantar a cabeça para ver o que estava acontecendo, e perder o controle da situação daquele jeito era pior do que apanhar.
Bom, talvez não pior, mas era tão ruim quanto.
- O que você está fazendo aqui, sua cadela imunda? Não está vendo que estamos dando uma lição no seu namoradinho? - Fábio perguntou à Lua, que gargalhou.
- Que bom que você admite o que está fazendo, Fábio, porque eu tenho um presentinho pra você! - ela disse, ainda rindo.
Por que ela estava rindo? Eu estava apanhando, e se ela continuasse ali provavelmente apanharia também!
Tentei gritar para ela ir embora, mas nada saiu da minha boca.
Consegui abrir os olhos e virar um pouco a cabeça, sentindo uma lufada de dor na região do abdômen. Mas pelo menos não perdi o memorável momento em que todos saíram correndo como cachorrinhos quando dois policiais chegaram, armados. E também não perdi o exato momento em que eles conseguiram pegar e algemar somente duas pessoas:Michel e Fábio.
Aquilo fora memorável.
O pacote completo seria Kátia e Pérola, mas eu me vingaria delas mais tarde…
O chão embaixo de mim estava frio, e a dor me impedia de raciocinar direito. De repente duas pernas apareceram na minha frente, apressadas. Lua se agachou e tocou minha sobrancelha, o que me fez estremecer.
- Filhos da puta… - ela murmurou, sem olhar para mim.
- Obrigado. - sussurrei, ainda sem conseguir falar direito.
Ela finalmente cedeu e me olhou, contrariada. Ficamos nos olhando até ela interromper.
- Me desculpe à demora. Mas se eu viesse aqui sozinha provavelmente eles bateriam em mim também.
Menina esperta!
Sorri, e ela sorriu pra mim, mas com uma expressão de dor no rosto, porque provavelmente minha boca estava inundada de sangue.
Do nada Chay, Pedro, Micael, Sophia, Mel e Rayanna materializaram-se entre nós dois, estragando o momento.
- Caralho, o que você fez dessa vez? - Micael perguntou assustado com a quantidade de sangue no chão.
- Meu Deus, Arthur, você está bem? - Rayanna perguntou, provavelmente já sabendo a resposta.
Um dos policiais veio em minha direção, enquanto o outro levava Michel e Fábio algemados para o carro.
- Você consegue se levantar ou precisa que eu chame uma ambulância? - ele perguntou.
- Sinceramente, eu não sei. - respondi, tentando me mexer e sentindo uma dor absurda, mas que diminuía gradativamente.
- Vamos lá, você precisa se levantar. - ele aconselhou, afastando todos. Agachou-se ao meu lado, colocando meu braço em volta do seu ombro. Senti outra pontada, mas pelo menos estava sentado. Chay foi do outro lado e os dois me levantaram. Tive que me apoiar na parede para conseguir ficar de pé. - Certo você vai ter que ir até a delegacia com a gente. Você e você também. - ele apontou para Lua, que concordou com a cabeça.
Fiquei olhando para ela enquanto o policial anotava algumas coisas em uma prancheta e todos falavam ao mesmo tempo. Ela também olhava para mim, um tanto quanto envergonhada.
- Vamos? - o policial finalmente parou de escrever e chamou minha atenção. Desviei os olhos de Lua e concordei.
Despedi-me de todos, depois de prometer contar o que havia acontecido mais tarde, e fui com o policial e Lua em direção a uma viatura vazia. As pessoas que estavam por perto olhavam para nós assustados.
Lua entrou primeiro e eu sentei-me ao seu lado no banco de trás.
- Minha mãe vai te matar quando vir essa sobrancelha. - ela comentou, sem olhar pra mim.
Foi a única coisa que ela disse nos quinze minutos de trajeto até a delegacia.

Continua...

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