Web's Concluídas

03/12/2011

"O Melhor pra Mim"


Capitulo 38


Sábado, dia 7 de Novembro, 18:58, churras.
Guys:
- Mentira! Não posso acreditar que você fez isso! - Sophia ria, com uma cerveja na mão. Micael estava ao seu lado, rindo com ela. Os dois não demonstravam qualquer tipo de afeição, mas todos nós sabíamos que algo estava acontecendo. Olhei para o meu lado, e Lua jogava os cabelos para trás, rindo com a amiga. Ela usava um vestido tomara-que-caia preto e sapatos do tipo boneca pratas; seu cabelo estava solto pelas costas e ela estava muito bonita. Mais bonita do que eu jamais havia visto. - Como você saiu pela janela com esse vestido? Aliás, da onde você tirou esse vestido?
- Só Albert Einstein  explica. - eu comentei, e todos caíram na risada. Lua deu um tapa no meu braço e colocou a mão na orelha, arrumando o ponto, como estava fazendo de mais ou menos cinco em cinco segundos.
- Aonde você arranjou esses aparelhos high-tech? - Mel perguntou.
- Com um amigo do meu pai que tem uma agência de segurança particular. - dei de ombros. - E isso não é nada, tem coisa que até Deus duvida lá!
- Voltei! - Pedro exclamou, equilibrando várias cervejas no peito. Entregou uma para mim, uma para Lua, uma para Chay, uma para Rayanna, uma para Mel e ficou com uma para ele. Micael estava bebendo água pois estava com dor de cabeça e Sophia estava enrolando há um tempão na mesma cerveja. - Que parte da história eu perdi?
- A Lua saindo pela janela de vestido e salto alto. - Rayanna explicou.
- Queria ver isso. - ele disse, malicioso, e todos riram. Tentei rir também, mas só consegui mexer as bochechas.
- Pessoal, acabou a cerveja! - Hirata veio nos avisar.
- Como isso!? - Chay exclamou. - Nós compramos toneladas!
Hirata deu de ombros e foi embora. Todos nós olhamos para Micael.
- Hey, não me olhem assim! - ele disse, fanho.
- Mas nós estamos bêbados para dirigir! Você não quer que seus amigos morram, quer? - Pedro perguntou, pegando um cigarro do maço.
- Você são os piores amigos do mundo… - ele reclamou, levantando-se e estendendo a mão para Sophia. - Quer ir comigo?
- Pode ser. - ela disse, levantando-se com a sua ajuda e sumindo com ele no meio das pessoas.
Olhei para o lado, observando Chay contar uma piada para Mel, que já meio alta ria escandalosamente. Ao lado deles, Rayanna ficava vermelha toda vez que olhava para Pedro, que tentava puxar assunto com ela, mas era sistematicamente ignorado. E, ao lado deles, Lua fitava o nada, com uma cerveja na mão e o olhar vago.
Fiquei olhando para ela. Como eu nunca havia reparado, em quase 15 anos estudando juntos, que ela era bonita? Por que eu somente havia reparado na sua inteligência e não na sua beleza? Em como os ombros dela, quase sempre escondidos, formavam total simetria com o quadril? Em como seu cabelo levemente ondulado batia no meio das costas? Em como sua pele do rosto era lisa como seda? Como eu nunca havia reparado nisso?
Fui levado pelas sensações. Quando percebi, estava segurando seu braço. Ela me olhava curiosa, e eu só encarava seu rosto.
- O que foi, Thur? - ela perguntou, erguendo a sobrancelha.
- Vamos sair daqui? - perguntei, meio tonto. Era esquisito o que eu estava sentindo, mas eu só queria ficar sozinho com ela.
- Como assim? - ela perguntou, fazendo uma careta.
- Vamos dar uma volta? - perguntei de novo, levantando-me da cadeira e estendendo a mão para ela. - Preciso tomar um ar.
- Sei lá… Pode ser… - ela disse, aceitando minha mão. - Meninas, eu já volto.
As garotas só acenaram com a mão, voltando a conversar com Chay e Pedro. Lua riu e se levantou. Fui andando sem nenhum rumo aparente, sentindo sua presença atrás de mim. Saí de casa e fui para a rua. Comecei a andar para a direita e Lua estava ao meu lado.
- Será que esse ponto está funcionando mesmo?
- Você está ouvindo alguma coisa? - perguntei.
- Só alguns chiados… - ela respondeu, dando de ombros.
- Então está funcionando. - respondi. Estava me sentindo acuado por ela… Não pensava em nada interessante para dizer, e ela parecia não querer puxar assunto.
Andamos em silêncio, observando tudo e todos, menos nós mesmos. Paramos no final da rua. O lugar estava deserto, e eu ainda podia ouvir a música alta que saía da minha casa, a vários metros de distância. A noite chegara fria, e Lua esfregava suas mãos em seus braços. Peguei minha blusa e estendi para ela, que sorriu e aceitou, colocando-a.
- Então… - ela disse, indo para frente e para trás. - Será que chove hoje?
- Provavelmente… - olhei para cima, encontrando o céu carregado.
Que porra de conversa era aquela? Será que eu não conseguia pensar em nada mais construtivo para dizer? Qual era o meu problema?
No fundo, eu sabia por que não estava conseguindo conversar direito. Eu estava com a resposta da sua pergunta do dia anterior na ponta da língua, e se abrisse a boca não teria mais volta. “Sou só mais uma conquista ou você queria me beijar?” Se pensasse naquilo no meio de uma conversa, não conseguiria me conter… E eu não queria que ela soubesse. Não queria que ela me tivesse em suas mãos.
Ou queria?
Um pingo caiu na minha cabeça, escorrendo pela minha testa e acabando no meu queixo.
Chuva. Que legal.
- Droga. - Lua murmurou ao meu lado. No meio do meu devaneio, havia me esquecido que ela estava ali, em pele e osso, do meu lado. Tomei até um susto ao ouvi-la. - Apagou meu cigarro.
Ela o jogou longe, quase inteiro, e colocou a touca do meu blusão na cabeça.
- Vamos voltar? - ela pediu, quando a chuva começou a apertar.
- Sim. - eu disse, não conseguindo me conter. - Eu queria te beijar. Eu queria e ainda quero.

Continua..


Nenhum comentário:

Postar um comentário